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Pessoas caminham em uma rua comercial de Xangai antes das comemorações do Ano Novo Chinês, China, 19 de janeiro de 2023
Pessoas caminham em uma rua comercial de Xangai antes das comemorações do Ano Novo Chinês, China, 19 de janeiro de 2023. O Ano Novo Chinês é a época da maior migração humana do mundo. Centenas de milhões de pessoas viajam de volta para suas cidades natais para celebrar e passar tempo com suas famílias.| Foto: EFE/EPA/ALEX PLAVEVSKI

Pela primeira vez nos últimos sessenta anos, a população da China declinou dentro de um ano, prenunciando a iminente crise demográfica que irá flagelar o país nas próximas décadas.

O governo chinês divulgou os dados na terça-feira, mostrando que 9,56 milhões de crianças nasceram em 2022 enquanto 10,41 milhões de cidadãos chineses morreram, uma perda populacional líquida de 850.000 no primeiro ano de declínio que o país experimenta desde 1961.

As notícias levaram um burocrata a apontar que a China está adentrando numa "era de crescimento populacional negativo", relata a BBC.

Na última vez que a China passou por um declínio populacional, foi durante o Grande Salto Adiante de Mao Tsé-Tung, do final dos anos 50 ao começo dos anos 60. As estimativas de morte vão de 23 a 55 milhões de cidadãos, decorrência da fome generalizada.

A taxa de natalidade chinesa alcançou uma baixa histórica em 2021, com apenas 6,77 nascidos para cada mil pessoas. Em comparação, no mesmo ano, os EUA podiam se gabar de uma taxa de natalidade de 11,06.

Os demógrafos citam a política do filho único, iniciada em 1979, como a principal culpada pelo buraco na população chinesa.

"Acho que não há nenhum país que tenha caído tanto quanto a China em termos de taxa de fertilidade e depois recuperado a taxa de reposição", disse Philip O’Keefe ao New York Times. Ele é professor da Universidade da Califórnia em Irvine e especialista em demografia.

O governo tentou corrigir os erros do começo aliviando a política do filho único em 2016 e incentivando benefícios familiares em 2021, mas essas iniciativas não conseguiram reverter a queda livre da taxa de natalidade.

A China enfrenta uma pirâmide demográfica desequilibrada — característica de países vizinhos, como o Japão, Taiwan e a Coreia do Sul —, onde a população envelhece rápido e a força de trabalho encolhe rápido. Essa pirâmide imporá grandes limitações econômicas aos serviços sociais nacionais.

As políticas estritas de "covid zero" continuaram a flagelar a produtividade econômica. Em 2022, a economia chinesa cresceu 3%, seu segundo pior crescimento do PIB desde 1976, quando Mao Tsé-Tung morreu e Pequim inaugurou um período de liberalização do mercado.

O anúncio do governo surpreendeu até os demógrafos, que esperavam que a China só passasse por essa queda uma década mais tarde. Yi Fuxian, uma especialista em população da Universidade de Wisconsin-Madison, alertou que "a China ficou velha antes de ficar rica", em comentários para o Wall Street Journal.

Com uma taxa de natalidade de 16,42, a Índia deve assumir o posto de país mais populoso do mundo em 2023.

©2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
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