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Enchente em Bacabal, no Maranhão, no mês de abril
Enchente em Bacabal, no Maranhão, no mês de abril| Foto: Gabriel Correa/Agência Brasil

Um ranking do saneamento básico no Brasil mostra que o Maranhão, estado governado pelo ministro Flávio Dino entre 2015 e 2022, tem um dos piores desempenhos do país no quesito. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) relativos a 2021, quando Dino ainda comandava o estado, mostram que pouco mais da metade dos maranhenses são atendidos com água potável (55,8%) e apenas cerca de um décimo da população (11,8%) tem acesso a rede de esgoto. O estado investiu apenas R$ 44,59 por habitante durante o ano no setor, quase metade da média nacional (R$ 82,71). A incidência de doenças de veiculação hídrica foi o triplo da média brasileira no período (com 18 casos a cada dez mil habitantes).

As deficiências no saneamento básico afetam de maneira especial a população mais pobre. De acordo com a Trata Brasil, um think tank com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país, a diferença de renda entre pessoas com saneamento básico e aquelas que não tinham acesso aos serviços chegava a R$ 2,5 mil, em 2021. “O rendimento do trabalho das pessoas que moram em residências com saneamento básico é de R$ 3.038,06, em contrapartida a renda dos pessoas sem esse serviço é de apenas R$ 514,99, valor bem abaixo do salário mínimo de R$ 1.110 estipulado pela Medida Provisória nº 1.021/20, de 30 de dezembro de 2020.”

“O modelo de estatização do saneamento também é responsável pelo aumento da desigualdade social. Infelizmente, a falta de saneamento é preponderante nas regiões mais carentes. Inclusive, as ocupações ilegais, já consolidadas há mais de 10 anos, sequer são computadas nos indicadores de falta de saneamento. Sem saneamento básico, muitas mães carentes não conseguem trabalhar e precisam ficar cuidando dos seus filhos quando adoecem em razão das DRSAI [Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado], criando um círculo vicioso”, critica o colunista da Gazeta do Povo Paulo Uebel, empreendedor da área do saneamento, que já atuou em gestão pública municipal e federal.

Confira o raio-x completo do saneamento por estado brasileiro em um infográfico aqui.

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