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Soros e ex-mulher de Bezos: de onde sai o dinheiro para defender ativistas anti-Israel

Manifestantes se reúnem na Foley Square, perto do tribunal federal onde foi realizada uma audiência sobre o caso do graduado da Universidade de Columbia e ativista palestino Mahmoud Khalil, para protestar contra sua recente prisão em Nova York, EUA, 12 de março de 2025.
Manifestantes se reúnem na Foley Square, perto do tribunal federal onde foi realizada uma audiência sobre o caso do graduado da Universidade de Columbia e ativista palestino Mahmoud Khalil, para protestar contra sua recente prisão em Nova York, EUA, 12 de março de 2025. (Foto: EFE/EPA/SARAH YENESEL)

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À medida que o caso de Mahmoud Khalil se desenrola, ele se revela menos como uma mera disputa jurídica sobre imigração e mais como um enredo digno de um romance de espionagem.

Mas, ao analisarmos os detalhes, percebemos que a história de Khalil nos dá um vislumbre de uma rede bem estabelecida que conecta universidades estrangeiras, ONGs progressistas internacionais e até agências governamentais. Essa rede coloca ideólogos como Khalil em posições de poder e influência, promovendo políticas radicais que desafiam tanto a vontade da população quanto os interesses de segurança nacional de diversos países.

Como em qualquer trama obscura, as perguntas mais simples são as mais difíceis de responder. Para começar: quem, afinal, é Mahmoud Khalil?

De acordo com o jornal The Guardian, ele nasceu na Síria em 1995, filho de refugiados palestinos, e fugiu para o Líbano aos 18 anos. No entanto, após sua prisão, o governo dos Estados Unidos declarou que ele era cidadão da Argélia. Como ele foi parar lá?

Sua trajetória profissional é igualmente nebulosa. O Guardian afirma que Khalil trabalhou para diversas ONGs internacionais antes de conseguir um emprego no Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, onde ajudou a administrar o prestigiado programa de bolsas Chevening. O jornal The Telegraph, por sua vez, relatou que ele trabalhou para a embaixada britânica, e não diretamente para o governo. Mais tarde, Khalil foi para a ONU, onde estagiou na UNRWA, agência que cuida de refugiados palestinos e que, segundo um processo recente, teria sido fonte de recrutamento e financiamento para o Hamas.

Como um suposto refugiado sírio conseguiu acesso a essas posições estratégicas?

Talvez as mesmas figuras que abriram essas portas para Khalil sejam aquelas que agora saem em sua defesa. Logo após sua prisão, nada menos que 19 advogados assumiram seu caso.

Quem está por trás da defesa de Khalil?

A equipe jurídica de Khalil é liderada por Ramzi Kassem, professor de Direito na City University of New York (CUNY), que possui uma ampla rede de conexões. Ele próprio um imigrante sírio, Kassem recebeu financiamento para sua formação na Universidade de Columbia por meio das bolsas Paul and Daisy Soros Fellowships for New Americans.

Na CUNY, Kassem fundou a organização Creating Law Enforcement Accountability and Responsibility (CLEAR), que se dedica a contestar práticas de segurança nacional nos EUA, incluindo as políticas de vigilância e restrição de viagem impostas a muçulmanos durante o governo Trump. Essa organização recebeu generosas doações da Open Society Foundations, de George Soros, e de MacKenzie Scott, ex-esposa de Jeff Bezos.

O histórico de clientes de Kassem inclui membros da Al-Qaeda, como Ahmed al-Darbi, condenado em 2017 pelo ataque a um petroleiro francês, além de um associado próximo de Osama Bin Laden. Apesar desse histórico controverso, Kassem foi escolhido pelo governo Biden, em 2022, para atuar como consultor sênior de políticas.

Como o caso de Khalil chegou até Kassem? Vale lembrar que, enquanto era estudante em Columbia, ele já liderava protestos contra Israel.

Outro advogado de Khalil, Shezza Abboushi Dallal, também da CLEAR, aparece em um vídeo recente de treinamento para ativistas anti-Israel, onde admite que manifestações públicas de apoio ao Hamas podem comprometer o status legal de imigrantes nos EUA. Curiosamente, agora ela e seus colegas negam essa mesma premissa na defesa de Khalil.

Uma estratégia de longo prazo?

Não há nada de incomum em pessoas talentosas, imigrantes ou nativas, alcançarem posições de influência. Tampouco é novidade que ONGs bem financiadas promovam sua visão de mundo e seus aliados. O caso de Khalil, no entanto, sugere algo mais: um esforço coordenado e de longo prazo para capturar instituições-chave e influenciar políticas que fogem ao consenso da sociedade e, possivelmente, até dos limites da lei.

Ramzi Kassem é um exemplo típico desse fenômeno. Ele defende causas radicais, desde o enfraquecimento de leis de segurança até a proteção de indivíduos ligados a grupos hostis aos EUA. Apesar disso, foi amparado por poderosos filantropos progressistas, recebeu credenciais de instituições renomadas e, por fim, chegou a Washington para influenciar políticas públicas.

Mais preocupante ainda é o fato de que aqueles que pintam Khalil como um mártir da liberdade de expressão — ignorando as evidências contra ele — tenham acesso irrestrito às principais universidades, fundações bilionárias e redes jurídicas e políticas de prestígio. Alegar que um estrangeiro não pode ser punido por apoiar um grupo terrorista vai além da advocacia legal: é praticamente um incentivo para que leis de imigração sejam contornadas.

O real perigo por trás do caso Khalil

Se há algo que o caso Khalil deixa claro, é que, para certos setores da elite progressista, o poder é mais importante do que os princípios. E o sistema parece ter sido desenhado para garantir que esse poder seja preservado, mesmo quando isso significa defender indivíduos que trabalham contra os interesses nacionais.

A única maneira de retomar o controle sobre instituições que foram capturadas por ativistas hostis é entender como operam e usar a lei para limitar sua influência. Permitir que redes obscuras manipulem a opinião pública e a legislação em favor de seus próprios interesses não fortalece a democracia — pelo contrário, representa uma ameaça direta à segurança e à soberania dos países envolvidos.

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©2025 City Journal. Publicado com permissão. Original em inglês: Who Are the Shadowy Figures Defending Mahmoud Khalil?

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