Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Artigo

Só Trump tem a coragem necessária para este trabalho

O presidente dos EUA, Donald J. Trump, ouve comentários durante uma reunião na Sala do Gabinete da Casa Branca, em Washington, DC, EUA, em 10 de abril de 2025.
O presidente dos EUA, Donald J. Trump, ouve comentários durante uma reunião na Sala do Gabinete da Casa Branca, em Washington, DC, EUA, em 10 de abril de 2025. (Foto: EFE/EPA/SHAWN THEW)

Ouça este conteúdo

Fora o núcleo duro dos democratas no Congresso dos Estados Unidos, há um consenso crescente entre os americanos de que o atual estado de coisas em Washington — marcado por inércia e decisões equivocadas — precisa ser enfrentado com urgência.

Também há amplo entendimento de que desviar o país do rumo de colisão econômica que se aproxima, após décadas de más escolhas políticas, não será tarefa para os fracos. Durante a campanha presidencial de 2024, Donald Trump propôs reformas duras, porém necessárias — frequentemente ignoradas por políticos tradicionais —, e foi eleito com margens históricas por ter um histórico de cumprir o que promete.

Quase 80 dias após o início de seu segundo mandato, Trump, visto por seus apoiadores como um reformista de fibra, dedica-se a restabelecer o bom senso na condução do país, numa tentativa de reverter sua trajetória descendente antes que seja tarde demais.

Não é mais possível, com credibilidade, defender que a dívida pública americana — que já ultrapassa US$ 36 trilhões — possa ser ignorada, que os acordos comerciais atuais são justos, ou que aumentar impostos de forma expressiva seja uma política responsável.

Guiado pela escuta atenta da população, Trump tem se concentrado em enfrentar esses três desafios centrais — dívida, comércio e impostos — com o objetivo de impulsionar a economia no curto prazo e garantir sustentabilidade para as gerações futuras. Enfrentar interesses arraigados jamais é simples, mas poucos se mostraram tão dispostos quanto ele.

A chamada “esquerda radical” tem tentado bloquear as propostas de Trump voltadas à responsabilidade fiscal, incluindo cortes de gastos sugeridos pelo Departamento de Eficiência Governamental, criado para identificar desperdícios no setor público. Mas o presidente, segundo seus aliados, não tem recuado diante da pressão.

No campo tributário, os democratas continuam a recorrer ao discurso da luta de classes. No entanto, Trump defende que todos os americanos pagam impostos demais e merecem a previsibilidade que vem com a manutenção de tributos baixos de forma permanente.

Em relação ao comércio internacional, Trump não cede à pressão da mídia ou às ameaças — que considera vazias — de elites acostumadas com o status quo. Ele sustenta que, durante décadas, os Estados Unidos assinaram acordos comerciais que colocaram o país em desvantagem estratégica. Para muitos americanos, é um alívio ter à frente um presidente que se diz disposto a proteger famílias trabalhadoras que há muito enfrentam dificuldades.

A população, em grande parte, parece disposta a dar tempo ao novo governo para que as reformas sejam implementadas, pois reconhece os erros das administrações anteriores. Os eleitores compreendem a linguagem direta de Trump — como quando ele afirma que o país precisa de um "procedimento médico" há tempos e que a recuperação não será imediata.

Sua política de tarifas recíprocas — cobrar de outros países o mesmo que eles cobram dos EUA — provocou reações previsíveis dos beneficiários do sistema anterior. Ainda assim, os primeiros resultados do plano já aparecem: mais de 50 países demonstraram interesse em firmar novos acordos comerciais. A União Europeia, por exemplo, estaria propondo um modelo de tarifa “zero por zero”. Israel, Japão, Índia, Vietnã, Taiwan e Indonésia — entre outros — sinalizaram disposição para negociar.

Em vez de se fixar nas oscilações diárias do mercado financeiro ou de fomentar controvérsias fabricadas para gerar cliques, audiência e polarização, os democratas e seus aliados na grande imprensa americana deveriam, segundo essa visão, torcer pelo sucesso do país — algo que, não faz muito tempo, era bandeira de muitos liberais.

Essas reações construtivas contrastam com a postura da China comunista. O Partido Comunista Chinês (PCCh), ao que tudo indica, prefere iniciar uma guerra comercial com os Estados Unidos a admitir que se beneficiou, por anos, de uma política externa americana desfavorável aos próprios interesses nacionais. Trump busca agora reequilibrar esse cenário.

Ao seguir por um caminho conflituoso, Pequim corre o risco de se consolidar como um ator hostil no sistema internacional, recusando-se a agir com boa-fé em prol da estabilidade global. O PCCh precisa compreender que não está mais lidando com os ex-presidentes Barack Obama ou Joe Biden, alvos frequentes de suas críticas.

Levará tempo para que parte da população e do establishment político se acostume a um presidente que prioriza explicitamente os interesses americanos. Mas Trump, conforme enfatiza seu entorno, não pretende recuar diante de decisões difíceis — nem diante de adversários bem financiados. Seu plano econômico é ambicioso e, segundo ele, necessário. Adiar soluções por mais tempo seria irresponsável.

Seja na questão dos gastos públicos, das tarifas e dos impostos, da regulação ou do tamanho da burocracia federal, Trump se vê como o líder certo para o momento. Para ele, o tempo é um recurso escasso — e sua missão é agir antes que seja tarde.

David N. Bossie é presidente da organização conservadora Citizens United e da Citizens United Foundation. Atuou como vice-gerente da campanha de Donald Trump em 2016, conselheiro sênior na campanha Trump/Pence 2020 e estrategista na campanha de reeleição do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, também em 2020.

VEJA TAMBÉM:

©2025 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês: Only Trump Is Brave Enough for This Job

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.