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Arquitetura

A presença de Mies van der Rohe

Influência do arquiteto alemão, mestre dos ângulos retos, está em prédios bem conhecidos de Curitiba

Na herança do arquiteto alemão está a geometria clara e limpa, presente em obras como o edifício da Caixa Econômica Federal, de Rubens Meister, no centro de Curitiba | Antônio More/ Gazeta do Povo
Na herança do arquiteto alemão está a geometria clara e limpa, presente em obras como o edifício da Caixa Econômica Federal, de Rubens Meister, no centro de Curitiba (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)
Prédio da Prefeitura de Curitiba é projeto de Rubens Meister com influência de Mies |

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Prédio da Prefeitura de Curitiba é projeto de Rubens Meister com influência de Mies

Nova sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná é do paranaense Mário de Mari |

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Casa projetada por Estela Netto e Adriana Morávia é claramente inspirada no meste alemão |

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Casa projetada por Estela Netto e Adriana Morávia é claramente inspirada no meste alemão

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Projetos que primam pelo racionalismo e sofisticação são algumas características da obra do alemão Ludwig Mies van der Rohe, expoente da arquitetura do século 20. E ele continua fazendo escola.

Edificações com claras referências aos desenhos de Mies estão espalhadas pelo mundo e em Curitiba não é diferente – alguns prédios bem conhecidos foram inspirados no trabalho do mestre dos ângulos retos.

"Quando se trata de arquitetura moderna, Mies é a liderança", diz o arquiteto curitibano Luis Salvador Gnoato. "O estilo dele é muito significativo, com espírito germânico e não emocional como o dos latinos. Mies não inventa nada: os desenhos são rigorosos e clássicos, sem concessões a adornos ou enfeites", explica.

Entre os projetos que trazem características da obra do alemão na capital, Gnoato cita o prédio da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), no Centro Cívico, e o edifício da Caixa Econômica Federal, na Praça Carlos Gomes. O Palácio 29 de Março, sede da Prefeitura de Curitiba, também tem influência de Mies van der Rohe. O que eles têm em comum? Além da limpeza de formas, todos foram assinados por Rubens Meister, que também projetou o Teatro Guaíra, a Rodoferroviária e o Centro Politécnico da UFPR, entre outras grandes obras.

Origem

A aura de Mies nos projetos de Meister tem um motivo, aponta Salvador Gnoato: nascido em São Paulo e criado em Curitiba, o engenheiro tinha ascendência germânica. Ele sabia falar o idioma e estudou em escola alemã na infância. Tendo acesso a publicações internacionais, Meister reproduzia aqui o que era tendência fora do país.

O arquiteto e historiador Irã Dudeque conta que a obra de Mies é organizada em ângulos de 90 graus.

"Ele usava ao máximo esse ângulo e mantinha uma regularidade. Entre os pilares de um prédio, por exemplo, há sempre a mesma distância. O projeto era resolvido obedecendo a esses preceitos", diz.

A arquitetura de Mies van der Rohe racionalizou o processo de criação, observa Dudeque. "Ele foi um dos maiores arquitetos do século passado. Como é um clássico, sempre que há ‘crise’, vol­ta-se aos ensinamentos dele. A referência de Mies permanece porque funciona".

Mobiliário

Em pleno ano da Alemanha no Brasil, vale relembrar toda a obra de Mies van der Rohe, que imortalizou seu traço também no desenho de mobiliário. É dele a famosa poltrona Barcelona, que tem estrutura de aço em forma de X, com assento e encosto em couro. A peça é reconhecida e reproduzida no mundo todo.

Para as arquitetas Estela Netto e Adriana Morávia, Mies é um ícone – a Barcelona sempre está nos projetos de interiores da dupla. "Ela é perfeita para ambientes residenciais e comerciais", diz Adriana. "A leveza, a forma ligada à função, a utilização rica de materiais e a beleza indiscutível de seu mobiliário serão sempre referência", salienta Estela.

Design

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