Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Inclusão

Acessibilidade para nos espaços comuns dos prédios residenciais

Entender que as soluções para facilitar o acesso trazem benefícios para todos os moradores é a chave para a expansão da arquitetura inclusiva, dizem especialistas

Empreendimento Soul Batel Soho, da Construtora Laguna, oferecia opção de plantas privativas acessíveis, mas não houve interesse por parte dos compradores. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Empreendimento Soul Batel Soho, da Construtora Laguna, oferecia opção de plantas privativas acessíveis, mas não houve interesse por parte dos compradores. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Presente em maior grau nos prédios públicos ou comerciais, as soluções voltadas à acessibilidade ainda estão restritas aos espaços comuns dos empreendimentos residenciais. A falta de conhecimento e de uma percepção mais abrangente sobre o tema, tanto por parte das construtoras quanto dos clientes, estão entre os fatores que freiam o avanço do conceito no espaço privativo das unidades.

Desde 2004, o artigo 18 do decreto n° 5.296 garante que as novas edificações residenciais multifamiliares atendam às regras de acessibilidade em todas as áreas de uso comum, como salões de festas, portarias e garagens. Dentro das unidades, entretanto, ela está mais presente nos empreendimentos enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida – que destina um mínimo de 3% do total de apartamentos a idosos ou portadores de necessidades especiais –ou na iniciativa isolada de algumas construtoras, que veem na acessibilidade um nicho de mercado.

“Acredito que a acessibilidade ainda não é uma preocupação para o cliente, mas isto está mudando. Quando ele olha para o lado e vê um conhecido que tem alguma dificuldade de locomoção começa a perceber que um empreendimento acessível tem um diferencial”, avalia Newton Borges dos Reis, engenheiro e diretor da construtora Conceito e Moradia.

Acessível para todos

Para os especialistas, o maior entendimento sobre os benefícios que a arquitetura inclusiva traz para todos os moradores é a chave para que as empresas despertem cada vez mais para a acessibilidade. Isso porque a presença de rampas de acesso, corrimãos e outras instalações oferecem conforto e autonomia não apenas para portadores de deficiência, mas também para idosos, gestantes e pessoas com algum tipo de limitação temporária. “Espaços acessíveis são ambientes aos quais todos podem se dirigir sem qualquer dificuldade. A adoção de soluções voltadas para todos os públicos faz diferença na acessibilidade”, afirma a arquiteta Clarisse Petroski.

Sergio Yamawaki, membro da Comissão de Acessibilidade do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR) acrescenta que o impacto insignificante sobre o custo da obra é outro ponto para que o conceito seja visto como um investimento. “A variação no custo não chega a 5% quando o prédio é projetado para ser acessível, e o imóvel tende a valorizar cerca de 15%. A acessibilidade é uma aposta certa, que vai trazer um retorno maior do que não tê-la no imóvel”, avalia.

Para Reis, a união desses fatores aliada à demanda crescente, principalmente do público idoso, deverá fazer com que a arquitetura dos imóveis residenciais caminhe para a chamada planta universal. Ou seja, que todas as unidades estejam preparadas para acomodar as pessoas, tenham elas alguma deficiência ou não . “Já vendemos apartamentos adaptados para pessoas que não tinham essa exigência. Esse tipo de planta agrada aos clientes . Não é pior do que a comum, é apenas diferente daquilo a que estamos acostumados”, avalia.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.