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Aluguel

Acordo entre dono e inquilino viabiliza reforma de espaços comerciais

Negociar contrapartidas com os proprietários é uma das estratégias para reduzir custos e promover melhorias no imóvel

Mesmo sem acordo com o proprietário, reforma valeu a pena na loja Bolo Brasil | Antônio More/Gazeta do Povo
Mesmo sem acordo com o proprietário, reforma valeu a pena na loja Bolo Brasil (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)
Fábio Korenblum, da Siqueira Castro Advogados: reforma ajudou a manter a identidade visual da empresa |

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Fábio Korenblum, da Siqueira Castro Advogados: reforma ajudou a manter a identidade visual da empresa

Para tornar realidade o sonho do negócio próprio, grande parte dos empresários precisa recorrer à locação de espaços comerciais e investir em obras para adequar o ambiente às suas necessidades. Neste caso, uma dúvida que ronda as planilhas desses empreendedores é o quanto vale a pena investir na melhoria desses espaços que, no futuro, podem deixar de ser o endereço da empresa.

A principal conta que o inquilino deve fazer é o tempo em que pretende permanecer no imóvel. Eduardo Schulman, diretor da Top Imóveis – empresa especializada em espaços corporativos –, afirma que quanto maior for o período, mais o empresário pode investir para adequar o ambiente às suas necessidades funcionais e estéticas. "Em um contrato longo, ele consegue amortizar esse investimento", explica. Outra dica é o inquilino tentar negociar com o locador uma contrapartida, já que a reforma pode se transformar em benfeitorias que irão permanecer e valorizar o imóvel no futuro.

Fátima Galvão, vice-presidente de locação do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), afirma que o volume de espaços comerciais disponíveis para aluguel – que chegou a 3,4 mil unidades em outubro, em Curitiba – é outro ponto que favorece as negociações. "É melhor para o proprietário oferecer a contrapartida do que ficar com o imóvel parado, gerando despesa. O acordo pode ser algo bom para ambas as partes", acrescenta.

A carência para o início do pagamento do aluguel está entre as ofertas mais comuns concedidas pelos proprietários para os inquilinos que realizam as reformas. Outras compensações são os descontos no valor do aluguel ou a extensão do período contratual.

Sem acordo

Quando a contrapartida do proprietário não vem, o ideal é que o inquilino busque alternativas para otimizar o investimento realizado na melhoria do ambiente. Entre as opções mais viáveis estão a agilidade na execução da obra e o direcionamento dos recursos para instalações móveis, que o empresário poderá levar embora quando deixar o espaço.

Entram nesta lista a compra de marcenaria exclusiva; espelhos, lustres e luminárias que impactam no visual da loja; e revestimentos que permitam sua retirada e reaproveitamento, como papeis de parede fixos com cola à base d’água, detalha o arquiteto Filipe Bender, sócio da Bender Arquitetura, focada em projetos comerciais.

"Não adianta fazer um projeto lindo se o cliente não tem o conhecimento sobre o ramo. Buscar informações e realizar uma pesquisa de mercado como forma de garantir a sustentabilidade do negócio é outro ponto importante, já que o sucesso da empresa pode compensar o investimento feito na reforma do imóvel", orienta o arquiteto.

Com ou sem contrapartida, inquilinos bancam reforma

Quando trouxe uma unidade para Curitiba, a Siqueira Castro Advogados pesquisou mais de dez imóveis até encontrar o espaço ideal para receber as instalações do escritório. Além da localização, a contrapartida dada pelo proprietário do imóvel para as obras de adaptação pesou na decisão. "A contrapartida não foi o único fator, embora importante. Quando falamos em benfeitorias, a carência para que as obras possam ser adequadas e a extensão do período contratual fazem jus ao investimento pesado para levar adiante o projeto", avalia Fábio Korenblum, sócio coordenador da unidade de Curitiba da empresa.

Para adaptar o espaço – um andar inteiro totalmente aberto –, a empresa instalou divisórias em drywall para a separação das salas, pontos de iluminação e cabeamento de TI, além de mobiliários e outros aspectos relacionados à manutenção da identidade visual da empresa. Korenblum diz que assim foi possível manter a padronização na entrega do serviço.

Investimento próprio

Os sócios da Bolo Brasil, Francisco Janotta Dias e André Donatelli Dias, não tiveram o mesmo aporte no acordo com o proprietário do imóvel que abriga a casa de bolos. "Tentamos negociar uma carência para o período das obras, mas tivemos que pagar o aluguel desde a assinatura do contrato", conta Francisco.

Para adaptar a sala comercial de 30 m² às necessidades do negócio, eles investiram cerca de R$ 20 mil em obras estruturais e estéticas que deixaram a loja charmosa e funcional para a produção dos bolos. Entre as mudanças estão o rebaixamento do teto em gesso, instalação de uma nova parede em drywall, mudança de pontos de água e a reforma da parte elétrica, para aguentar a potência dos equipamentos.

Mesmo sem a contrapartida do proprietário, os sócios avaliam que o gasto com a reforma valeu a pena. "Em dez meses nós retomamos o investimento e o espaço ficou atrativo e confortável para nossos clientes, que se encantam não só com o produto, mas também com o ambiente", afirma Francisco.

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