
Se a gastronomia ganha importância cada vez maior como hobby ou atividade comercial, a arquitetura especializada nesse segmento tem acompanhado essa evolução. Espaços gourmet nas áreas comuns de edifícios, churrasqueiras e cozinhas integradas à sala já são itens indispensáveis nos projetos de empreendimentos residenciais. Mas quando se trata de construir ou renovar bares e restaurantes, escritórios de arquitetura tomam a dianteira ao concretizar espaços que devem atrair clientes integrando charme, inovação e funcionalidade.
A "vitrinização" é uma das tendências recentes da arquitetura de restaurantes, observa Keiro Yamawaki, sócio da Proa Arquitetura. "As pessoas gostam de ser vistas por quem passa na rua e também querem observar o movimento externo enquanto comem", explica o arquiteto.
Vidros
Responsável pelo projeto do novo restaurante Taisho, que será inaugurado esse mês na Avenida Iguaçu, no Água Verde, Yamawaki conta que o cliente requisitou a integração visual. Por essa razão, a fachada tem muitos vidros. "Restaurante cheio atrai mais clientes. Quem passa e vê gente lá dentro fica tentado a entrar. Acabou a época de estabelecimentos fechadinhos", diz.
"Como arquitetos, isso nos leva a criar um diálogo com a rua e reforça nosso compromisso com a cidade. Não há muros altos isolando o local. Usamos vidros, transparências e outros recursos para eliminar a sensação de separação", salienta Keiro Yamawaki.
Protegido
Considerar a acessibilidade e a mobilidade, além de incluir áreas externas no projeto, são fatores arquitetônicos ditados pela mudança de hábitos dos consumidores. Espaço para estacionamento tornou-se item imprescindível nos últimos anos - de preferência, com acesso fácil e protegido ao restaurante, aponta Yamawaki.
Ele relata também que, apesar do clima instável, o curitibano gosta cada vez mais de usufruir de espaços ao ar livre em bares e restaurantes mas com algumas particularidades. "Externo sim, porém protegido", afirma o sócio da Proa Arquitetura. O novo Taisho tem área externa, com deck e jardim, afastada da rua. "O cliente não fica exposto à fumaça dos carros nem ao barulho do trânsito", diz o arquiteto.
Cientes dessa preferência, as arquitetas Daniela Barranco Omairi e Deisy Cruz incluíram um deck na proposta para a Kebaberia Velho Oriente, na Rua Itupava.
"Tivemos o privilégio de trabalhar com um cliente aberto às nossas idéias", comenta Daniela. O projeto do deck, com 40 metros quadrados, se concretizou e acrescentou um charme extra ao restaurante de comida árabe. A área, integrada ao jardim da casa dos anos 70 que foi totalmente reformada para receber a kebaberia, tem capacidade para até 40 pessoas.
Visual
O projeto de paisagismo e a iluminação valorizam ainda mais o espaço. "Criamos uma parede iluminada por lampiões que criam um efeito quadriculado muito interessante", ressalta Daniela Omairi.
Para o projeto da kebaberia, as sócias visitaram estabelecimentos em São Paulo e pesquisaram bastante sobre o estilo de vida mediterrâneo. Os elementos da decoração refletem essa influência.




