
A capacidade de geração de energia própria é a nova fronteira para a sustentabilidade na construção civil. A popularização das tecnologias disponíveis e o maior conhecimento sobre a eficiência desses equipamentos têm feito com que sistemas como o de geração fotovoltaica produção de eletricidade a partir da luz solar , surjam como a grande tendência do setor nos próximos anos.
"Estamos nos primeiros degraus da escada, e vamos continuar subindo. A energia fotovoltaica é modular e de fácil implantação. Esta simplicidade fatalmente fará com o que o mercado se expanda no país", sinaliza Rafael Takasaki, coordenador do Projeto Megawatt Solar da Eletrosul Centrais Elétricas.
Inaugurado em junho deste ano, o projeto é um exemplo das iniciativas realizadas com o objetivo de promover o sistema. Instalada na sede administrativa da empresa, em Florianópolis, a usina fotovoltaica é a maior da América Latina integrada a um edifício e produz 1,2 gigawatts-hora (GWh) de energia por ano, o suficiente para atender cerca de 540 residências. "A produção não é consumida pelo prédio, mas direcionada à rede distribuidora local. Nosso objetivo é que a usina seja uma espécie de vitrine para estimular o uso da energia fotovoltaica", diz Takasaki.
Em Curitiba, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) está em fase final de implantação do Projeto Smart Energy Paraná, que irá estudar as possibilidades de geração eólica e solar na cidade. "Temos índices médios de radiação solar maiores do que a média de países europeus que utilizam essa fonte de energia há muito tempo. As temperaturas mais baixas também potencializam o desempenho do sistema, o que é outra vantagem da cidade", explica o engenheiro eletricista e pesquisador do Centro de Energias do Tecpar, André da Silva Gomes.
Em casa
A facilidade de instalação e manutenção dos sistemas fotovoltaicos fazem deles uma alternativa para quem deseja investir na produção de energia elétrica em casa. O engenheiro civil e sócio-diretor da Construtora Monreal, Cassiano Garcia, diz que qualquer construção, seja nova ou antiga, pode receber os módulos solares. "A ligação é feita diretamente com o relógio de entrada de energia da residência. Basta verificar se não há pontos de sombra e instalar as placas, preferencialmente voltadas para a face norte", explica.
O investimento para a aquisição dos equipamentos de geração de energia ainda é relativamente alto cerca de R$ 20 mil para produzir 50% da energia que uma casa de 400 m2 consome, ou seja, cerca de 2 mil kilowatts/hora por ano , mas tem reflexos na redução da conta de luz, principalmente nas residências que contam com sistemas de aquecimento interno. Isso porque, além de utilizar a energia própria, o excedente produzido pela casa é repassado à companhia distribuidora e se transforma em créditos nas próximas faturas. "Em grande escala, a energia fotovoltaica representa uma alternativa em termos de matriz energética, uma forma de desafogar o sistema elétrico", comenta Garcia.



