
No extremo oeste da cidade, a Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira percorre a Cidade Industrial de Curitiba (CIC) quase na divisa com Araucária. Extensa e larga, a via se divide entre o contraste das multinacionais instaladas em suas laterais e as pobres vilas formadas em seu entorno.
Com o nome do presidente que incentivou a industrialização no Brasil, facilitando a vinda para cá das grandes fábricas (principalmente de automóveis) no final da década de 50, a Juscelino Kubitschek é a via de Curitiba que concentra o maior número de indústrias. São dezenas de importantes empresas, a maioria multinacionais, que se instalaram por aqui nos anos 70 e 80 e ajudaram a transformar a CIC no maior bairro da capital com um tamanho que corresponde a 10% da cidade.
Porém, a riqueza das indústrias constrasta com a pobreza das moradias ao seu redor. A maior parte das vilas que compõem a região está em situação irregular. Casas como a do morador desempregado Valdecir dos Santos: simples, de madeira e praticamente sem recuo em relação à calçada. "Falta muita coisa por aqui, mas não tenho condições de mudar para um lugar melhor", explica ele.
A situação influencia o mercado imobiliário local. "Não existem espaços residenciais para comprar ou alugar nesta rua. Tudo por ali foi invadido. Além disso, houve uma marginalização da região que também atrapalha qualquer tipo de negociação", explica Paulo Roberto Paiva, proprietário da Paiva Imóveis imobiliária que atua na região.
Segundo José Dirceu de Matos, administrador da regional CIC, a Prefeitura já está em processo de regularização das vilas na encosta da Juscelino Kubitschek. "Já estamos relocando algumas famílias para a região do Caiuá. Priorizamos os casos mais graves, como ocupação irregular de áreas de proteção ambiental". De acordo com o administrador, a previsão é regularizar, com a ajuda da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), quase todo a região em até dois anos. "É uma expectativa otimista, mas que é a nossa meta", diz.



