Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Construção civil

Casca de marisco é transformada em pavimento

Paver feito com resíduos da maricultura é 20% mais resistente do que o tradicional

Produto custa 25% mais do que a versão tradicional, mas compensa pelo valor agregado. | Jonathan campos/Gazeta do Povo
Produto custa 25% mais do que a versão tradicional, mas compensa pelo valor agregado. (Foto: Jonathan campos/Gazeta do Povo)

As construtoras têm investido cada vez mais em tecnologias que trazem a sustentabilidade para dentro de suas obras. Uma das mais recentes delas é a utilização do chamado bloco verde para a pavimentação de calçadas, passeios e estacionamentos.

Produzido a partir das cascas de ostras e mariscos, o “paver ecológico” substitui as peças tradicionais tendo como um de seus principais benefícios a utilização, e consequente redução, dos resíduos da maricultura.

Uma das obras que conta com o pavimento em Curitiba é o Reserva Natural Portofino, em construção pela Portofino Engenharia, empresa do Grupo Borges dos Reis. A opção pelo pavimento, de acordo com Newton Borges dos Reis, diretor do grupo, está alinhada ao conceito do condomínio – que prevê soluções sustentáveis, como o reaproveitamento da água da chuva – e à visão ecológica da empresa. “Nos preocupamos com isso há muitos anos. Logo, optamos pelo paver ecológico por ele ser fabricado com um material que antes seria inutilizado e que levaria muitos anos para se decompor na natureza”, diz.

A engenheira ambiental da Blocaus, Bernadete Batalha Batista, que desenvolveu o produto, conta que o bloco é 20% mais resistente do que o paver tradicional, o que é outra vantagem do sistema. “A resistência se dá pela reação química que ocorre entre o cimento e o resíduo das cascas – rico em cálcio –, que substitui as areias fina e média na composição do bloco”, explica. Ela acrescenta, ainda, que o processo de produção também não gera resíduos, pois a água da lavagem das peças é reaproveitada e o lodo restante utilizado na produção de substrato para uma horta comunitária.

Os resíduos de maricultura usados no produção são provenientes de centros de pescadores, por meio de convênios entre a empresa e as prefeituras de Santa Catarina.

Investimento

O investimento na aquisição do pavimento verde, de acordo com Reis, foi entre 20% e 25% superior ao do paver tradicional. “O custo é um pouco mais elevado do que o do pavimento comum, mas vale a pena. Ele agrega um valor intangível ao produto, além de agradar os clientes”, destaca.

Além do bloco verde, a Blocaus também trabalha com blocos estruturais e para vedação fabricados com as cascas de mariscos.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.