O conforto e o design têm sido peças-chave para quem quer comprar um sofá. O conforto, aliás, é resultado da busca pela maior qualidade de vida. "O pouco tempo que as pessoas passam em casa tem de ser o melhor tempo do dia e isso faz com que novos materiais e novas técnicas de construção sejam introduzidas nos estofados", avalia a arquiteta Luciane de Carli, supervisora do Studio Saccaro.
Porém, o consumidor deve ficar atento a alguns detalhes, ressalta Sônia Elias, proprietária da Ton Sur Ton. Ela cita que um bom sofá deve ter espuma calandrada (que não cede com o peso do corpo), estrutura de madeira de reflorestamento tratada desde o plantio (para evitar problemas com cupins), molas e percinta (uma cinta elástica que "segura" as molas).
Multiuso
A arquiteta Juliana Longo Raad, uma das profissionais que projetou o Estar com TV da última Casa Cor, explica que, com as residências menores, o sofá fica na sala de estar que também é de tevê. "Hoje a sala de tevê tem também a função de receber as visitas", diz. Essa foi a proposta do ambiente da mostra. Por conta disso, Juliana escolheu um sofá da Piccola Brotto em módulos que transformavam-se em chaise, com laterais automatizadas que podiam subir ou descer, além de um módulo que escondia uma gaveta e entradas para IPod ou Iphone, que proporcionavam som ambiente.
Por conta do multiuso das salas, Juliana também indica que a espuma do sofá seja mais firme, sob o risco das visitas literalmente "afundarem" no móvel, caso a espuma seja muito macia. "As espumas visco elásticas e a pluma sintética são exemplos de materiais que utilizamos para agregar maior conforto ao estofado", diz Luciane, da Saccaro.
Almofadas soltas ou fixas podem garantir maior ou menor conforto, considera Sônia, da Ton Sur Ton. "Almofadas mais soltas geralmente deixam o móvel mais confortável", diz.
"Na sala de estar o sofá é mais formal e na sala de tevê é mais confortável. Já em uma sala com as duas funções, uma alternativa é um sofá que, fechado, é convencional, mas que pode ser aberto e transformado em chaise", recomenda Juliana.
Revestimentos
As linhas retas têm sido as preferidas de quem adquire um sofá. "A preferência tem sido por linhas retas, mas há espaço para os clássicos, como o couro com capitonê. Depende do tipo de decoração", diz Juliana.
Para Luciane, da Saccaro, "os sofás básicos, de linhas mais retas, ainda são os mais pedidos, porque permitem a composição com poltronas que podem ser mais ousadas no estilo."
O que as pessoas também tem optado é por sofás de iguais tamanhos, compondo a sala com dois sofás com dois ou três lugares, em vez dos tradicionais sofás com dois e três lugares usados no mesmo ambiente, conta Sônia, da Ton Sur Ton. Entre os tradicionais e modulares, a primeira opção ainda é a predileta. "O sofá tradicional é o que mais tem procura, pois é uma peça neutra, não irá interferir na arquitetura do ambiente e nem na decoração", diz Luciane.
Outro fator que mudou foi a profundidade dos móveis, que está bem maior. Na Ton Sur Ton, há sofás com 1,20 metro de profundidade, sendo que a chaise chega a 1,80 metro. "Praticamente o tamanho de uma cama de casal", diz Sonia. O encosto mais alto e almofadas com grandes dimensões têm sido procurados, comenta Juliana.
Se as linhas são as mais retas, as opções de revestimento permitem a total personalização do móvel. Na Ton Sur Ton, são mais de 80 opções de tecido, sendo que as mais procuradas são o chenille, veludo, seda, seda mista e camurça. "O chenille é o preferido por ter um preço mais em conta, mas uma tendência são os tecidos mais metálicos, como a seda", aponta Juliana. Mas o inusitado também tem seu espaço. A profissional conta que um dos móveis mais diferentes que viu foi um sofá com entalhes feito à mão na madeira da estrutura e revestimento vinílico.
Luciane, da Saccaro, diz que os revestimentos variam muito dependendo do tipo de sofá. "Sofás com capas exigem tecidos mais maleáveis, como linhos e sarjas. Já os sofás mais comportados pedem tecidos encorpados, com bom conforto térmico, como veludos."
As cores continuam sendo as mais básicas. "Sou fã das cores mais neutras. Assim, brincar com almofadas coloridas é mais fácil", comenta a arquiteta Juliana. "A ousadia nas cores é o que dá o caráter em cada ambientação, mas o sofá geralmente é a peça mais neutra, porque oferece a possibilidade de compor com poltronas que tenham acabamentos e cores mais vibrantes", diz Luciane, da Saccaro. Sônia, da Ton Sur Ton, complementa que as cores podem ficar também nos tapetes e obras de arte.










