A agilidade da obra e a estética da construção pesaram na escolha do contêiner como sistema construtivo para a ampliação que os empresários Beto Motter e Gustavo Skrobot realizaram em sua chácara. Tendência no mercado, o método tem ganhado força como alternativa aos processos tradicionais e chama a atenção de arquitetos e proprietários que desejam morar bem e ainda economizar na construção ou reforma.
VÍDEO: Veja como funciona uma obra em contêiner
Ao utilizar estruturas prontas – que antes seriam descartadas – e eliminar a necessidade de fundações, aqui substituídas por sapatas de concreto, a obra em contêiner pode ter seu custo estrutural reduzido em até 30% em comparação com a alvenaria tradicional, como explica a arquiteta Carolina Leal Ribas, da Leal Ribas Engenharia e Arquitetura.
Outra vantagem é a limpeza e escassa geração de resíduos da obra, cuja estrutura chega pronta para ser instalada no terreno, o que potencializa o viés sustentável do sistema.
Versáteis, os contêineres – que medem 6 m ou 12 m de comprimento por cerca de 2,5 m de largura – podem ser recortados e/ou emendados uns aos outros para atender as necessidades de cada projeto, em obras de um ou mais pavimentos.
A personalização das peças é realizada, geralmente, pela empresa que fornece os contêineres, que também faz o recorte de portas e janelas, seguindo o projeto. Carolina explica que os pilares localizados nos cantos do contêiner não podem ser removidos, o que faria com que ele perdesse sua sustentação.
A possibilidade de se trabalhar a volumetria do projeto é outro atrativo do sistema, cujas peças podem ser empilhadas gerando vãos para garagens e sacadas, por exemplo. “Há casos em que se pode deixar até 2/3 do corpo do contêiner em balanço (suspenso). A fixação das peças pode ser feita com solda ou com cabos, por exemplo, mas não há uma solução única, tudo depende das características de cada projeto”, acrescenta Danilo Corbas, arquiteto e sócio da Container Box.
Isolamento
Por se tratar de um material metálico, os contêineres precisam ser isolados para que possam garantir conforto térmico e acústico aos moradores. Tal isolamento varia de acordo com a necessidade do projeto e pode ser feito com lã de rocha, vidro ou pet, ou com isopor de alta densidade, como explica Corbas. “Também é recomendado que seja feito um telhado com telhas metálicas ou termoacústicas, que também funcionam como isolante”, acrescenta Carolina.
Foi o que fizeram Motter e Skrobot. Ao optarem por deixar aparentes as chapas metálicas e os demais elementos que caracterizam o contêiner – que, por isso, não recebeu nenhum revestimento, além da pintura – os empresários adicionaram ao projeto a cobertura de telhas “sanduíche”.
Para quem deseja “camuflar” o contêiner e deixar as paredes, piso e teto com um visual mais tradicional, é possível revestir a estrutura com drywall, placas de MDF, madeira ou porcelanato, por exemplo, ou trabalhar com uma composição de paredes aparentes e revestidas.



