Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Paranaguá

Crescimento e preservação em sintonia

Cidade atrai novos moradores, mas o mercado imobiliário tem restrições

Tombado como patrimônio nacional pelo governo federal desde 209, o centro histórico de Paranaguá não pode sofrer alterações nem receber novas construções | Antônio More/ Gazeta do Povo
Tombado como patrimônio nacional pelo governo federal desde 209, o centro histórico de Paranaguá não pode sofrer alterações nem receber novas construções (Foto: Antônio More/ Gazeta do Povo)

O mercado imobiliário de Paranaguá vive uma espécie de dilema: a vocação histórica e turística precisa se harminizar com o ritmo de crescimento da cidade. Enquanto atrai novos moradores para trabalhar em empresas ligadas ao Porto e órgãos do governo, o município mais antigo do Paraná convive com restrições para a construção de novos empreendimentos e a alta demanda por unidades para locação.

Tombado como Patri­mônio Nacional pelo Insti­tuto do Patrimônio Histórico e Artístico do Brasil em 2009, o centro histórico da cidade não pode ser alterado. Nos bairros, a situação é outra: de acordo com a prefeitura, pelo menos 40% dos habitantes não possui o registro do imóvel onde mora ou vive irregularmente em áreas de preservação ambiental.

Mesmo com essas limitações, Paranaguá tem hoje 404 construções em andamento, entre imóveis comerciais, residenciais, industriais e outros tipos. Dois prédios estão sendo erguidos pela construtora Cron – um residencial e um comercial – e há pedido de alvará para a construção de um hotel, da bandeira Ibis, cuja construção ainda não começou e que deve ficar pronto em dois anos.

Verticalização

O corretor de imóveis Amau­­ri Domingues diz que, apesar da tendência de verticalização e do interesse de construtoras em fazer empreendimentos na cidade, a construção de edifícios novos não encontra muito espaço.

"O plano diretor tem restrições por conta do patrimônio histórico. Pouquíssimas ruas podem receber prédios acima de dez andares", explica Domingues.

Para Luiz Henrique da Silva Chaves, sócio pro­prie­­­­tário da Ouro Verde En­­genharia e Construções, o crescimento para o alto é um caminho sem volta.

"A verticalização é um fenômeno forte em todas as cidades que enfrentam dificuldades com segurança, como é o caso de Paranaguá. Além disso, a cidade tem uma área geográfica nobre, entre o centro histórico e o Porto, que permite a verticalização", avalia.

Ajustando

O vice-presidente administrativo do Sindicato da In­­dústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR), Euclésio Manoel Finatti, lembra que o mercado imobiliário de Paranaguá também passou por uma onda de lançamentos entre 2009 e 2011, semelhante ao registrado em capitais e grandes cidades do país.

"Tivemos um crescimento acima do normal e agora estamos em um ritmo considerado normal", avalia. Os preços de imóveis novos em Paranaguá são, em média, 10% mais baratos do que na capital, de acordo com o Sinduscon-PR.

Familiarizado com o mer­­cado parnanguara, Domin­­gues tem opinião semelhante. "Até o segundo semestre de 2011, o que tinha, se vendia. Desde então o ritmo reduziu", observa.

Locação

O corretor Amauri Do­­min­­gues diz que o desafio é oferecer imóveis para locação diante da grande procura. "Hoje a maior dificuldade é alugar uma casa em Paranaguá. Temos uma demanda muito maior do que a oferta real, e por causa disso muitas pes­soas que trabalham aqui moram em outra cidade. É gente que vai e volta todos os dias da casa para o trabalho", afirma Domingues.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.