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Da guerra às artes gráficas e visuais

Construído no século 19, o Solar do Barão tem uma arquitetura imponente que abriga um importante complexo cultural de Curitiba

Apesar das mofificações estruturais, arquitetura original é mantida até hoje. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Apesar das mofificações estruturais, arquitetura original é mantida até hoje. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Em meio ao movimento constante do trânsito, a exuberância e a cor avermelhada do Solar do Barão chamam a atenção até dos passantes mais desavisados. Construído no final do século 19, o imóvel passou por diversos usos – de residência a instalação militar – até se transformar em um importante complexo cultural de Curitiba.

As obras do Solar tiveram início em 1880, quando o ervateiro Ildefonso Pereira Correia, mais conhecido como Barão do Serro Azul, mudou-se com a família de Paranaguá para Curitiba. Com sólida formação cultural, resultado dos tempos de estudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Barão designou aos projetistas e construtores italianos Ângelo Vendramin e Batista Casagrande a responsabilidade pela obra. “Artesãos especializados, os italianos eram muito procurados para os projetos de obras na cidade”, conta Marcelo Sutil, coordenador de pesquisa histórica da Fundação Cultural de Curitiba.

Engana-se, entretanto, quem pensa que o casarão sempre teve sua forma atual. A construção original contemplava apenas o bloco central (A) do complexo. Em 1894, em decorrência do fuzilamento do Barão durante a Revolução Federalista, a baronesa ergueu uma nova residência – o bloco da direita (B), onde funciona hoje o Museu da Fotografia – e lá morou com os três filhos enquanto alugava o solar para garantir os rendimentos.

Na ampliação, a baronesa procurou manter a mesma linguagem da primeira construção, caracterizada pela arquitetura eclética. “Este estilo arquitetônico traz a mistura de vários outros. No Solar encontramos janelas neoclássicas em arco pleno, assim como adornos e elementos decorativos que marcam as casas dos ervateiros desse período”, explica Claudio Forte Maiolino, arquiteto e professor na área de patrimônio da PUC PR.

Estado

Em 1912, o Exército Nacional ocupou o imóvel e realizou outras alterações estruturais. O bloco da esquerda (C) e a parte da garagem, onde está instalada a Gibiteca, foram acréscimos dos militares ao projeto.

Na metade da década de 1970, o prédio foi adquirido pela prefeitura de Curitiba e, dois anos depois, foi tombado pelo governo estadual. Em 1980, teve início a obra de restauro, que durou três anos. “O projeto de restauro previa a manutenção de todo o processo pelo qual o prédio passou. Foram mantidas as adaptações do exército, alguns objetos do barão e da baronesa e pinturas no teto e nas paredes que fazem parte da história da edificação”, explica Sutil.

O Solar do Barão, da forma como o conhecemos hoje, foi inaugurado em 1980. Além dos museus da Gravura e da Fotografia e da Gibiteca, o espaço abriga o Centro de Documentação e Pesquisa Guido Viaro, uma biblioteca especializada em artes. A Sala Scabi, destinada a apresentações e discussões culturais e ambientes para exposições também integram o complexo.

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