O crédito imobiliário continua crescendo e este ano deve quebrar todos os recordes históricos. Mas ainda é pouco comparado à necessidade do país: constrói-se apenas 20% do que seria necessário para erradicar o déficit habitacional, estimado hoje em 7,9 milhões de unidades.
No ano passado, foram produzidas 69.921 novas unidades habitacionais com recursos do FGTS. Mas para eliminar a carência de moradias por inadequação e falta de condições de habitabilidade e ainda atender à demanda crescente da população, teriam que ser produzidas 400 mil unidades por ano nos próximos 16 anos. É isto o que aponta o mais recente levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Segundo a análise da entidade, para combater o déficit habitacional brasileiro seriam necessários investimentos da ordem de R$ 160 bilhões. A produção média mensal, que subiu de 6.526 unidades, em 2005, para 9.450, em 2006 um aumento de 62% ainda fica muito aquém perante a necessidade real.
A área de Habitação de Mercado, que utiliza recursos da caderneta de poupança para a compra de imóveis novos e usados, investiu no primeiro quadrimestre desse ano 72% a mais que no mesmo período de 2005. O presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, reconhece os avanços mas alerta que o governo continua destinando a menor parte da verba do FGTS (40%) para a produção de novas unidades. O ideal, segundo a proposta do setor da Construção, é que se destinem 75%. "Só assim será possível reduzir o déficit habitacional e elevar a geração de emprego formal e renda", diz Simão.
A entidade considera novas unidades habitacionais os financiamentos destinados à construção formal, seja por meio de construtoras, pessoas físicas que contratam serviços particulares ou do financiamento de materiais de construção para a construção de imóveis com acompanhamento técnico.



