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Segurança

Descuido facilita roubos em prédios

Funcionários bem treinados e equipamentos adequados garantem a segurança contra ações como os arrastões ocorridos em São Paulo nesse mês

Circuito interno de tevê: o indicado é que as imagens sejam transmitidas a uma central de monitoramento | Antônio Costa/Gazeta do Povo
Circuito interno de tevê: o indicado é que as imagens sejam transmitidas a uma central de monitoramento (Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo)

Moradores rendidos, um a um, em uma área comum do condomínio enquanto assaltantes fazem a limpa de alguns apartamentos. Esse tipo de crime, batizado de "arrastão", vem ocorrendo com mais frequência em São Paulo – em dois meses foram cinco ocorrências, enquanto em 2008, ao todo, foram sete, segundo a Folhapress. Em pelo menos dois episódios, um no bairro de Perdizes e outro no Brás, os assaltantes tinham o controle do portão dos condomínios e sabiam da rotina dos moradores e funcionários dos prédios.

Em Curitiba, não é comum esse tipo de crime nem há estatísticas que separem as ocorrências dos condomínios do restante dos assaltos, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública. No entanto, o comportamento que facilita a entrada de criminosos em condomínios é o mesmo por aqui: descuido ou até conivência de funcionários e moradores, além de sistemas obsoletos.

O delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Luiz Carlos de Oliveira, diz que nos últimos dois meses houve dois assaltos a apartamentos na cidade. Nos dois casos os bandidos tinham informações privilegiadas, como a existência de dinheiro guardado nas residências. "Esse tipo de informação é dada por pessoas próximas para quem a vítima abriu demais sua privacidade. Muito da prevenção contra esse tipo de assalto está em manter fatos econômicos como uma promoção no trabalho ou a venda de bens em segredo e também em escolher bem as pessoas que são colocadas dentro de casa ou do condomínio". Essa escolha passa por checagem de antecedentes criminais e referências profissionais anteriores (incluindo o motivo de saída) do futuro funcionário.

Para o delegado, mais um item faz a diferença na segurança do condomínio: o bom relacionamento com o vizinho. "As pessoas que vivem em prédio tendem a se isolar ainda mais dos vizinhos. Só moradores que se conhecem e sabem um pouco da rotina um do outro conseguem identificar um barulho ou uma movimentação estranha e acionar a polícia. Por isso minha recomendação é: converse com o seu vizinho."

Equipamentos e treinamento

O diretor da área de Building Technologies da Siemens, empresa que produz sistemas de monitoramento 24 horas, César Almeida, diz que alguns equipamentos de segurança já estão ultrapassados frente à "evolução" da bandidagem. Um exemplo disso são os circuitos internos de televisão – presentes em parte dos edifícios invadidos em São Paulo – que não intimidam mais. "Os criminosos já sabem que têm de destruir a câmera e pegar a fita ou DVD com as imagens. A única forma de se proteger hoje é tendo as imagens enviadas para uma central de monitoramento e armazenamento fora do prédio."

Outro dispositivo que tem se mostrado essencial em casos como os arrastões de São Paulo é o chamado botão de pânico que, quando acionado por um morador ou funcionário em perigo, avisa todo o prédio sobre um risco iminente, fazendo com que as pessoas deixem de circular e avisem os familiares para não virem para casa. "Essa atitude evita que mais moradores e visitantes sejam vítimas dos assaltantes que estão agindo no condomínio", explica Almeida. Ele ressalta, entretanto, que toda essa tecnologia não adianta em nada caso os funcionários e moradores do condomínio não estejam habituados com os procedimentos de segurança. "Muitas vezes a empresa faz as recomendações na época da instalação e daí para frente as informações e procedimentos vão se perdendo. Assim, mesmo que os equipamentos recebam manutenção correta, a falha humana coloca tudo a perder".

A empresa

A escolha da prestadora de serviço de segurança eletrônica passa por alguns critérios que vão garantir a eficiência do sistema. O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Eletrônica do Paraná (Siese-PR), Rogério Reis, aconselha que a melhor forma de escolher a empresa é verificar se é associada ao órgão (www.siese-pr.com.br), se tem boas referências, se possui mais de uma central ou mesmo um sistema de emergência em caso de apagão (isso é importantíssimo já que é essa central que recebe as imagens e alertas dos clientes) e se há funcionários suficientes para atender aos chamados. Tudo checado pessoalmente. "É muito fácil vender esse tipo de serviço à distância, montar um site bonito e impressionar o cliente. Por isso, é importante a visita pessoalmente à empresa e também a alguns de seus clientes. O preço não deve ser o item mais importante de escolha. Montar um sistema de monitoramento não é como instalar uma tevê a cabo no condomínio.

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