
Luxo ou dilema? O espaço destinado para estacionamento dos carros, tanto em empreendimentos residenciais quanto nos comerciais, é limitado e em vários casos é preciso encontrar alternativas para manter os veículos protegidos. Com a escassez de terrenos e a valorização do metro quadrado, uma vaga de garagem, em Curitiba, pode custar entre R$ 20 mil e R$ 50 mil. Já o aluguel mensal de um local para o carro varia conforme a localização do imóvel, mas pode ser encontrado a partir de R$ 130.
Uma das maneiras de driblar a falta de espaço são os elevadores de veículos. É um sistema mecânico que eleva um carro e deixa espaço para outro embaixo. O aparelho, que custa cerca de R$ 12 mil, pode ser uma opção mais barata para acomodar dois carros no mesmo espaço do que dispor de novas vagas físicas. No entanto, o elevador requer um espaço mínimo: pé direito de pelo menos três metros e espaço da vaga de cerca de 5 por 2,5 metros.
"O duplicador pode ser uma solução para que o carro não consuma um espaço nobre da construção", avalia o arquiteto Rodrigo Freire, sócio da Garage Plan Park Design, empresa de Curitiba especializada em layout de garagens e estacionamentos. O sistema de carros engavetados já está sendo testado em algumas concessionárias da cidade. "É uma solução para a falta de espaço, mas as pessoas ainda desconfiam do aparelho porque não é comum", comenta o arquiteto.
A ferramenta é fabricada por várias marcas, todas fora do Brasil, e precisa ser importada. Funciona como os elevadores de carros usados em oficinas e possui sistema de segurança, evitando que seja acionada quando há um carro no chão.
Custos
Norimar Ferraro, professor de arquitetura da Universidade Positivo, lembra que a solução automatizada para guardar o carro traz gastos com manutenção. "Os elevadores são um bom recurso, com custo de aquisição até 30% menor com relação às garagens em subsolo, mas o sistema exige manutenção, da mesma forma que elevadores de pessoas, e a vida útil dos equipamentos também deve ser contabilizada", comenta.
A metragem destinada aos veículos em empreendimentos imobiliários é considerada nobre. "Nos edifícios residenciais as vagas são limitadas e previstas de antemão, por isso não há terreno disponível para ampliar o estacionamento", comenta Ferraro. Mas é preciso destinar metragem para os carros. "Edifícios de médio a alto padrão que não oferecem entre duas e três vagas de garagem não têm aceitação no mercado", diz Ferraro. Por isso, na hora da negociação, as construções mais antigas estão em desvantagem - não oferecem a quantidade de vagas necessárias com relação à metragem do apartamento.



