
Morar com segurança e qualidade de vida. O desejo, comum a boa parte das pessoas que buscam um imóvel para chamar de seu, tem estimulado o mercado de condomínios horizontais em Curitiba, que viu a oferta de lotes à venda mais que quadruplicar nos últimos três anos.
Em janeiro de 2012, 177 terrenos deste segmento estavam à espera de um comprador na cidade. Em abril deste ano, o total de lotes somava 732 unidades, segundo dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), entidade ligada ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).
INFOGRÁFICO:Oferta de terrenos por bairro
A demanda constante por este tipo de empreendimento é apontada pelos especialistas como um dos principais incentivos ao crescimento da oferta. Apesar disso, Henrique Penteado Teixeira, diretor comercial e de marketing da Paysage Empreendimentos, lembra que a oferta de lotes em condomínio ainda é muito baixa quando comparada à de apartamentos. “Mesmo com o grande volume de lançamentos verticais, Curitiba ainda é uma cidade horizontal. Somada a busca pela segurança, lazer e contato com a natureza, a cultura de morar em casas faz com que a procura por estes imóveis seja muito grande”, acrescenta.
Investimento
Mesmo com o grande volume de lançamentos verticais, Curitiba ainda é uma cidade horizontal.
A opção por aliar a segurança de um condomínio fechado à liberdade de uma casa demanda empenho e disposição financeira por parte do comprador, que precisa custear não somente a compra do lote, mas também a construção da residência.
Em março de 2015, o metro quadrado dos lotes em condomínio custava R$ 784, em média, um acréscimo de 23,6% em relação a igual mês de 2014. Os apartamentos residenciais novos, em comparação, registraram valorização de 6,37% no quadrado privativo no período.
Ilso Gonçalves, diretor-geral da JBA Imóveis, explica que este valor está mais próximo do praticado em lotes maiores, na faixa dos 600 m² e 700 m², que puxam a média para baixo. Neles, o alto valor total do terreno tende a fazer com que o preço do metro quadrado seja mais baixo. “Em terrenos menores, a valorização costuma ser maior. Nossos lotes têm entre 200 m² e 300 m² de área privativa, na média, com valor de R$ 1,1 mil para o metro quadrado total”, acrescenta.
A presença de grandes áreas em comparação a outras regiões da cidade faz com que Santa Felicidade e Campo Comprido concentrem quase dois terços do total de terrenos à venda em Curitiba. As áreas médias dos lotes nestes bairros, que giram em torno dos 850 m², também estão entre as maiores da capital e só perdem para as comercializadas no Butiatuvinha e no Orleans, onde os espaços chegam aos 950 m².
“Estes são dois bairros que estão crescendo muito na oferta de condomínios”, afirma Sidney Axelrud, diretor do Secovi-PR. Segundo ele, a proximidade ao Parque Barigui e ao contorno norte faz do Orleans a “bola da vez” no que se refere a novos lançamentos, o que deve fazer com que o gráfico mude sensivelmente nos próximos anos.



