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Família Roque tem o perfil da demanda que ajuda a impulsionar a expansão de condomínios horizontais na Grande Curitiba. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Família Roque tem o perfil da demanda que ajuda a impulsionar a expansão de condomínios horizontais na Grande Curitiba.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Morar com segurança e qualidade de vida. O desejo, comum a boa parte das pessoas que buscam um imóvel para chamar de seu, tem estimulado o mercado de condomínios horizontais em Curitiba, que viu a oferta de lotes à venda mais que quadruplicar nos últimos três anos.

Do “subúrbio” dos EUA para um condomínio em Curitiba

A busca pela qualidade de vida aliada à segurança levou a família do empresário José Augusto Roque a se mudar para um condomínio em Curitiba, em 2013. Ao retornar ao Brasil após uma temporada de 15 anos nos Estados Unidos, o objetivo do empresário era reproduzir aqui a experiência de liberdade que ele, a esposa e os dois filhos vivenciaram nas terras do Tio Sam. “Lá, antes de mudar para Manhattan, moramos em Connecticut, em uma região que eles chamam de subúrbio. Nela, as casas são maiores, os filhos podem brincar na rua e há estrutura de lazer para a comunidade. Quando voltamos para o Brasil estávamos em busca desse feeling”, conta.

A opção fez a família desistir de viver em São Paulo, onde Roque tinha uma proposta de trabalho, para retornar às suas origens – o casal é de Curitiba. Como precisavam de uma mudança rápida, a alternativa foi adquirir um sobrado pronto em um condomínio fechado no bairro Santa Cândida. “A próxima etapa é comprar um terreno para construirmos a casa da forma que queremos. Estamos no processo de compra dentro do próprio condomínio, pois é onde nossos filhos têm vários amigos e gostamos de viver”, explica Roque.

Em janeiro de 2012, 177 terrenos deste segmento estavam à espera de um comprador na cidade. Em abril deste ano, o total de lotes somava 732 unidades, segundo dados do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), entidade ligada ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).

INFOGRÁFICO:Oferta de terrenos por bairro

A demanda constante por este tipo de empreendimento é apontada pelos especialistas como um dos principais incentivos ao crescimento da oferta. Apesar disso, Henrique Penteado Teixeira, diretor comercial e de marketing da Paysage Empreendimentos, lembra que a oferta de lotes em condomínio ainda é muito baixa quando comparada à de apartamentos. “Mesmo com o grande volume de lançamentos verticais, Curitiba ainda é uma cidade horizontal. Somada a busca pela segurança, lazer e contato com a natureza, a cultura de morar em casas faz com que a procura por estes imóveis seja muito grande”, acrescenta.

Investimento

Mesmo com o grande volume de lançamentos verticais, Curitiba ainda é uma cidade horizontal.

Henrique Penteado Teixeira, diretor comercial e de Marketing da Paysage Empreendimentos.

A opção por aliar a segurança de um condomínio fechado à liberdade de uma casa demanda empenho e disposição financeira por parte do comprador, que precisa custear não somente a compra do lote, mas também a construção da residência.

Em março de 2015, o metro quadrado dos lotes em condomínio custava R$ 784, em média, um acréscimo de 23,6% em relação a igual mês de 2014. Os apartamentos residenciais novos, em comparação, registraram valorização de 6,37% no quadrado privativo no período.

Ilso Gonçalves, diretor-geral da JBA Imóveis, explica que este valor está mais próximo do praticado em lotes maiores, na faixa dos 600 m² e 700 m², que puxam a média para baixo. Neles, o alto valor total do terreno tende a fazer com que o preço do metro quadrado seja mais baixo. “Em terrenos menores, a valorização costuma ser maior. Nossos lotes têm entre 200 m² e 300 m² de área privativa, na média, com valor de R$ 1,1 mil para o metro quadrado total”, acrescenta.

A presença de grandes áreas em comparação a outras regiões da cidade faz com que Santa Felicidade e Campo Comprido concentrem quase dois terços do total de terrenos à venda em Curitiba. As áreas médias dos lotes nestes bairros, que giram em torno dos 850 m², também estão entre as maiores da capital e só perdem para as comercializadas no Butiatuvinha e no Orleans, onde os espaços chegam aos 950 m².

“Estes são dois bairros que estão crescendo muito na oferta de condomínios”, afirma Sidney Axelrud, diretor do Secovi-PR. Segundo ele, a proximidade ao Parque Barigui e ao contorno norte faz do Orleans a “bola da vez” no que se refere a novos lançamentos, o que deve fazer com que o gráfico mude sensivelmente nos próximos anos.

Falta de terreno leva condomínios para a Região Metropolitana

A escassez de grandes áreas disponíveis para a implantação de condomínios horizontais é um dos principais limitadores para o avanço do segmento em Curitiba. Neste cenário, os municípios da Região Metropolitana (RMC) entraram na mira das incorporadoras e despontam como o principal destino para a expansão do segmento. Sidney Axelrud, diretor do Secovi-PR, projeta que entre 30% e 40% dos condomínios ofertados na Grande Curitiba estão localizados nos municípios vizinhos à capital.

“Dentro de Curitiba, os produtos diminuem de tamanho ou têm preços mais altos para equilibrar a equação oferta x demanda. A migração começou em passos mais lentos, mas já é uma realidade”, analisa Leonardo Massignan Benato, diretor da Casteval Construção e Incorporação. A empresa ainda tem lotes à venda na capital, mas já projeta novos lançamentos na RMC.

Outra incorporadora que está de olho no potencial da Região Metropolitana é a Paysage Empreendimentos. Henrique Penteado Teixeira, diretor comercial e de marketing, conta que a empresa já entregou três condomínios em Pinhais, lançou – em 2014 – o Paysage Di Piero, em Campo Largo, e tem projetos em desenvolvimento para as regiões de São José dos Pinhais, Colombo e Almirante Tamandaré. “Os produtos da Região Metropolitana estão cada vez mais equipados, tanto no quesito segurança como nos que se referem aos itens de lazer, o que facilita o dia a dia das famílias”, acrescenta.

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