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O professor de Educação Física Leandro Cunha com o filho no condomínio em que moram em São José dos Pinhais: "Aqui tenho tudo o que preciso para viver" | Fotos: Marcos Borges/Gazeta do Povo
O professor de Educação Física Leandro Cunha com o filho no condomínio em que moram em São José dos Pinhais: "Aqui tenho tudo o que preciso para viver"| Foto: Fotos: Marcos Borges/Gazeta do Povo
  • A comerciante Eliane Meinertz e o marido montaram um negócio em Pinhais e agora buscam um imóvel ideal para comprar no município da Região Metropolitana
  • A empresária Angélica Águas no condomínio em que mora, em Colombo: terreno grande e janela com vista para a Serra do Mar

Com crescimento populacional de 2% ao ano – bem maior que o de Curitiba, que cresce apenas 0,54% – a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) deve receber nos próximos cinco anos mais de 100 mil novos moradores. Apenas São José dos Pinhais e Colombo devem receber, juntas, mais de 25 mil novos domicílios até 2016.

A facilidade de encontrar terrenos, aliada ao baixo preço de imóveis, faz de toda essa área uma grande receptora de famílias de baixa renda – 73% dos domicílios tem renda de até cinco salários mínimos.

A procura do imóvel na RMC geralmente ocorre através do programa Minha Casa, Minha Vida. Trata-se de apartamentos de dois quartos, com área privativa média de 45 metros quadrados. A área total varia de 66 a 71 metros quadrados, dependendo do município. Alguns empreendimento apresentam diversos itens de lazer com o conceito de clube.

De acordo com a pesquisa Perfil Imobiliário mais de 83% dos lançamentos que obtiveram venda na Região Metropolitana em 2012 estão nos padrões Super Econômico e Econômico, ou seja, não ultrapassam o valor de R$ 200 mil.

Do outro lado, as prefeituras se esforçam para melhorar a oferta de serviços e fazer da qualidade de vida uma bandeira nesta região. Durante a Feira da Ademi-PR, 8% dos entrevistados eram da RMC e estavam em busca de um imóvel.

E a perspectiva é de que o mercado siga aquecido considerando a oferta de crédito disponível para financiamentos. "No Paraná foram mais de R$ 7 bilhões liberados para compra de imóveis, o que faz com que as pessoas se sintam motivadas para adquirir a casa própria. Hoje há segurança e estabilidade", avalia o diretor de incorporações da construtora Swell Leonardo Pissetti, que atua no mercado há 30 anos.

Incorporadores e construtoras comemoram os resultados de vendas, mas é necessário ter cautela e estudar bem em que setor será feito o investimento. "Sabemos que há demanda para imóveis de melhor padrão e maior preço, mas é preciso ter cautela para não encalhar. A Região Metropolitana ainda carece de infraestrutura e oferta de serviços", avalia o presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig. O economista da Brain Consultoria Fabio Araujo, vai mais longe: "Dificilmente teremos avanço na construção de imóveis de padrão mais elevado nas cidades da RMC. Não há infraestrutura para atender a esta população", dispara.

O fato é que cada cidade possui características próprias, mas a baixa oferta de comércio e serviços – como educação e saúde – acaba fazendo diferença na decisão da compra. Por outro lado o preço do metro quadrado segue sendo competitivo.

Comprar um imóvel na RMC chega a sair até 44% mais barato que em Curitiba. O metro quadrado privativo fica, em média, no valor de R$ 2.832,00, enquanto o preço médio de Curitiba é de R$ 5.043,00. Aqueles que disseram preferir a região metropolitana para morar indicaram os municípios de São José dos Pinhais (29%), Pinhais (21%) e Colombo (20%) como principais opções.

São José dos Pinhais

São José dos Pinhais é o município com a quinta maior área e o mais populoso de toda a região metropolitana com 271 mil habitantes. É estrategicamente cortado pela BR 376 com saída para o Sul do país, BR 277 com saída para o Porto de Paranaguá e pela BR 116 com interligação a São Paulo e Porto Alegre.

Com PIB de R$11,5 bilhões, a cidade possui a terceira maior arrecadação do estado, além de ser o terceiro polo automotivo do país, e também sede do Aeroporto Internacional Afonso Pena, principal terminal aéreo do estado do Paraná. É a única cidade com o processo de verticalização mais avançado, com 6,7 mil unidades, que representam 55% do total da RMC.

"Fizemos uma expansão do plano urbano para incentivar a verticalização, pois hoje sentimos uma carência de lotes para a construção", conta o secretário de urbanismo Luiz Scarpin.

Na Região Metropolitana, a maior quantidade de imóveis do Minha Casa, Minha Vida está em São José dos Pinhais. Em março desse ano, a cidade teve a participação de 56% na oferta disponível, no total de 2.376 apartamentos novos, com produção imobiliária para as habitações populares superior a do ano passado.

"Além da proximidade com Curitiba, fizemos muitos investimentos em melhoria de infraestrutura, criamos parques e áreas de lazer e vimos um aumento na oferta de serviços. Isso tem atraído mais pessoas para a cidade e atendido aqueles que já são daqui", completa Scarpin.

Estar próximo do local de trabalho e evitar o trânsito são motivos fortes na hora de adquirir um imóvel na RMC. É o caso do educador físico Leandro Cunha, que se mudou para São José dos Pinhais há dois anos e acaba de comprar um apartamento no mesmo prédio onde morava. Com três quartos e 85 metros quadrados, Cunha afirma que tão cedo não pretende se mudar. "Dá para aumentar a família numa boa. São José tem tudo o que eu preciso no comércio e qualquer coisa que eu precise de Curitiba estou do lado", completa.

Pinhais

Pinhais está a menos de dez quilômetros do centro de Curitiba, o que o torna o município mais próximo da capital. Com mais de 8 mil empresas, o município se destaca na indústria de embalagens, metalúrgica, eletrônica, alimentícia, de plásticos, moveleira e gráfica.

Apontada em 2009 como a cidade mais desenvolvida na Região Metropolitana de Curitiba e a terceira do estado, segundo dados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, Pinhais é a única opção para a comerciante Elaine Meinertz. "Moro aqui desde criança e no passado o único motivo era para estar perto da minha família. Mas hoje tudo está em Pinhais: é onde moramos, trabalhamos, nossos filhos estudam", conta Elaine, que montou um negócio na cidade e espera para comprar um imóvel de acordo com as necessidades da sua família e com valor de até R$250 mil.

Isso porque ela acaba e vender um imóvel e na hora de comprar não conseguiu encontrar o que quer no preço que pode pagar. "Os preços subiram bastante, o que comprova a valorização da região. Com o valor que podemos pagar provavelmente encontraríamos algo em Curitiba, mas preferimos esperar para continuar morando aqui", diz a empresária.

Para o secretário de desenvolvimento econômico, José Zeitel, há dois movimentos importantes ocorrendo na cidade. "Muitos empresários estão se mudando para cá, se aproveitando da proximidade que temos com Curitiba. E a própria população da cidade não migra, pois sabemos que ninguém tem interesse de sair da sua região. Para atender a esse público, temos investido em infraestrutura como asfalto, lojas e hipermercados e na criação de bosques e áreas de lazer", afirma Zeitel.

A empresária Elaine Meinertz engrossa o coro: "Todo esse crescimento fez com que, mais que escolher, me fez querer ficar em Pinhais".

Na área da construção, o secretário afirma que nem todos os esforços do município estão voltados para o Minha Casa, Minha Vida. "Queremos mais imóveis de classe média e média alta, principalmente os empresários que tem negócios por aqui. Além disso, temos condomínios fechados com mais de 500 lotes no estilo Alphaville sendo lançados", conta Zeitel.

Colombo

Eleita a segunda cidade que mais gerou empregos no Paraná nos anos de 2006 e 2007, Colombo está em franco desenvolvimento econômico e social. "Temos nos esforçado para fazer com que as pessoas queiram continuar em Colombo e morem aqui a vida toda. Apesar de atrair pessoas de outras localidades nossa gestão está voltada para o colombense", afirma o prefeito José Antonio Camargo. A estratégia para que isso aconteça está na criação de programas públicos que ofereçam benefícios exclusivos à população local. "Temos programas de saúde que atraem até pessoas de outros lugares. Nosso foco está na melhoria da qualidade de vida e aumento da perspectiva de vida da população", completa Camargo.

De acordo com a pesquisa Perfil Imobiliário, o crescimento da população é de 1,51% ao ano, quase três vezes mais que a média de Curitiba.

Colombo será uma das cidades que mais contribuirá para o aumento de domicílios até 2016 – serão 8.907 novas moradias no município. Apesar do grande número de construções mais populares, a cidade tem absorvido bem lançamentos de maior valor. O diretor da construtora Strobel, Felix Strobel Junior, tem visto seus lançamentos venderem rapidamente. "Já lançamos condomínios com lotes a partir de R$ 53 mil e, em 2013, lançaremos três grandes condomínios com lotes a partir de R$ 300 mil, com perspectivas de casas entre 360 metros quatrados e 650 metros quadrados", afirma.

A construtora será responsável ainda pelo shopping que ficará a apenas 800 metros dos condomínios lançados por ela. "Serão 175 lojas em mais de 16 mil metros quadrados. A inauguração deve ocorrer em dezembro de 2015", completa Strobel.

Para ele a proximidade de Curitiba e o espaço se tornam fator de decisão na hora de adquirir um imóvel em Colombo. "As pessoas preferem morar mais longe em casas maiores. E hoje a facilidade de acesso é grande, o que garante a mobilidade", finaliza. Foi o tamanho do terreno e a possibilidade de ter uma qualidade de vida maior que atraíram a empresária Angélica Águas para Colombo. "Meu quarto tem vista para a Serra do Mar, além de um espaço enorme para as crianças brincarem, ar puro, animais silvestres. Sem contar que é seguro e muito tranquilo", comemora a empresária, que mora numa casa de 430 metros quadrados e mil metros quadrados de terreno com o marido João Alfredo Faiad e Silva e dois filhos.

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