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Fôlego novo para o Centro

Ocupada por moradores de unidades recém entregues, a região precisa de novo ciclo de habitação, que pode surgir com lançamentos de prédios para famílias

Incorporadoras apostam em torres de unidades compactas, mas é preciso planejar ocupação heterogênea, com apartamentos de maior metragem | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Incorporadoras apostam em torres de unidades compactas, mas é preciso planejar ocupação heterogênea, com apartamentos de maior metragem (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)
Rua Riachuelo terá novos prédios: requalificação depende de ações públicas e privadas |

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Rua Riachuelo terá novos prédios: requalificação depende de ações públicas e privadas

Janaína Ceni e Miguel no apartamento da família: Passeio Público e outros espaços públicos são as áreas de lazer do menino |

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Janaína Ceni e Miguel no apartamento da família: Passeio Público e outros espaços públicos são as áreas de lazer do menino

Liderando a oferta de apartamentos à venda em Curitiba, a região central vive um momento de mudanças. Além de concentrar quase duas mil unidades em oferta, o miolo da capital começa a receber uma grande leva de moradores, resultante da entrega dos empreendimentos lançados entre 2009 e 2011. São jovens profissionais solteiros, casais sem filhos e estudantes, que habitam apartamentos com menos de 60 metros quadrados.

INFOGRÁFICO: Confira a oferta de apartamentos em cada região da cidade

Citando exemplos de grandes metrópoles que encontraram soluções para revitalizar áreas degradadas, urbanistas afirmam que a ocupação do Centro é benéfica para a cidade. Mas, para que a requalificação seja completa, é preciso criar uma nova onda de moradores, com perfil mais heterogêneo, comenta Orlando Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura do Paraná (Asbea-PR). "As incorporadoras devem apostar em produtos para famílias", indica.

Ribeiro diz que lançamentos de prédios com apartamentos maiores gerariam um segundo ciclo de moradores e resultados melhores para a cidade. "Famílias com filhos criam novas demandas em comércio e serviços, e também sobre o uso e qualificação de espaços públicos para lazer", analisa.

Segurança

Sérgio Póvoa Pires, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC), diz que habitação no centro é "algo muito desejado" pela administração municipal. "Isso aumenta a segurança. A região central precisa ser ocupada 24 horas por dia", observa.

O presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), Gustavo Selig, confirma: há demanda por apartamentos com dois ou três dormitórios na região central. "A pesquisa traz esse dado", diz. Segundo ele, as incorporadoras "estão olhando" para o segmento.

O mercado considera algumas partes do Centro como potenciais para esse tipo de empreendimento. "O alto do São Francisco, por exemplo, é uma região belíssima, que comporta produtos com perfil familiar. Parte da Avenida Visconde de Guarapuava também", observa. Selig acredita que é uma questão de tempo para que esses empreendimentos surjam no cenário.

Oportunidades

João Auada, executivo da Tecnisa, afirma que a empresa está atenta a oportunidades para empreendimentos com apartamentos maiores no Centro. "Lançamos o HUB, que tem unidades de 2 dormitórios e lazer completo. São apenas seis por andar, em planta com dimensões planejadas para a ocupação confortável de famílias, sejam casais com filhos pequenos ou casais mais velhos sem os filhos em casa", observa. Auada acredita que a viabilidade para novos prédios está nas regiões centrais vizinhas a bairros residenciais valorizados, como Batel, Alto da XV e Alto da Glória. "Projetos bem conceituados nessas áreas podem despertar o interesse", afirma o executivo.

Viabilidade

Diego Fillardi, diretor da Thá, diz que a mecânica que viabiliza um empreendimento a partir da conta de aproveitamento do uso do solo aponta condições para produtos de metragens elevadas na região central de Curitiba. "Mas é o poder público, com programas e políticas adequadas, quem fomenta diretamente o desenvolvimento das zonas centrais em determinada direção", ressalta. De acordo com ele, a política atual prioriza pequenos espaços, o que tende a levar os agentes do mercado a privilegiar este tipo de produto.

Responsável pela maior parte dos apartamentos com até 64 metros quadrados lançados no Centro nos últimos cinco anos, a Invespark tem cerca de mil unidades desse tipo em produção no momento. A incorporadora já entregou quatro empreendimentos com o mesmo perfil, somando 1,2 mil compactos residenciais entregues. Com um histórico de sucesso de vendas, sendo 50% da comercialização direcionada para investidores, a Invespark não deverá mudar tão cedo o padrão de produtos, diz Eduardo Quiza, diretor da empresa. "Temos algumas unidades com dois dormitórios e até duplex, mas o número de famílias em nossos prédios não é significativo", indica.

Ele aponta o tamanho reduzido dos terrenos no Centro como um dos empecilhos para empreendimentos com apartamentos grandes. "Prédios para famílias precisam de áreas maiores de lazer".

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