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Rumo à acomodação

Pelo segundo ano consecutivo, o número de alvarás para novas construções em Curitiba ficará na casa dos 20 mil. Tendência é de que esse patamar se mantenha nos próximos anos

Ritmo de alvarás e de lançamentos caiu em relação ao início do boom, mas a cidade mantém produção e demanda aquecidas | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Ritmo de alvarás e de lançamentos caiu em relação ao início do boom, mas a cidade mantém produção e demanda aquecidas (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Curitiba deve fechar 2013 com um volume de liberações para novas construções próximo do registrado no ano passado – 22,7 mil alvarás. O número é mais desacelerada o do que em anos anteriores, mas especialistas apontam que o setor caminha para a manutenção de um crescimento considerável. "Como já tínhamos previsto na pesquisa anterior, a tendência é de que o mercado imobiliário da capital se mantenha em um patamar de 20 mil alvarás ao ano, pelos próximos anos", explica o economista Fábio Tadeu Araújo, sócio da Brain – Bureau de Inteligência Corporativa, consultoria que elabora todos os anos, com exclusividade, a pesquisa Perfil Imobiliário de Curitiba para a Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) e para a Gazeta do Povo.

"O número está abaixo do pico de 2010, mas ainda assim bem acima da média de liberações da época do préboom imobiliário", observa o economista, lembrando que no período anterior ao grande volume de lançamentos a média era de cerca de 12 mil novas edificações ao ano.

A diferença entre os anos anteriores à retomada do setor (2004 a 2008) e o período de maior crescimento (2009 a 2013) é da ordem de 85%. O pico do mercado imobiliário da cidade se deu em 2010, com a liberação de 33,5 mil alvarás para novas construções. "O que ocorreu naquela época foi fora da curva. O movimento que se vê agora é o natural de Curitiba", observa o presidente da Ademi-PR, Gustavo Selig.

Lançamentos

O ano de 2013 intensificou a desaceleração de lançamentos do mercado curitibano, iniciada em 2012. No ano passado, a cidade já tinha registrado uma queda de 26% no número de novas unidades sobre 2011. Neste ano, até setembro, foram lançadas 4.158 unidades verticais (residenciais e comerciais), 29% a menos que no mesmo período de 2012. A Brain acredita que, neste ritmo, Curitiba fechará o ano com 5,5 mil unidades lançadas, o que representa uma volta aos patamares verificados entre 2008 e 2009.

Para os especialistas, não só a conjuntura de baixa atividade econômica do país e a alta oferta, com uma série de imóveis entregues, explicam o cenário mais moderado. A pausa ou mesmo a saída das incorporadoras de capital aberto daqui também influenciam os números.

Boa parte das gigantes do setor, que na época do boom expandiram geograficamente sua atuação e assustaram as construtoras locais com o grande volume de lançamentos em Curitiba, começaram a adotar estratégia inversa neste ano. Incapazes de manter o crescimento vertiginoso que prometeram aos acionistas, as grandes incorporadoras voltam a prestar mais atenção a seus próprios quintais, onde têm mais chances de sucesso.

Amadurecimento

Para o setor, a acomodação mostra um mercado que amadureceu. Depois de atender a demanda reprimida, crescerá a ritmos mais "naturais". O comportamento do comprador também mudou – diante de um quadro de bastante oferta, ele compara mais antes de fechar negócio. De seu lado, as construtoras estão mais comedidas, estudando melhor cada lançamento. "Esse é um comportamento das empresas paranaenses, que têm mais compromisso com a cidade e com os empregos que precisam manter", frisa Normando Baú, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR) na gestão encerrada em novembro desse ano.

Residências

As construções residenciais representam a maior parte dos alvarás liberados em 2013. Até setembro desse ano, foram contabilizadas cerca de 14,5 mil autorizações para novas edificações, registrando crescimento de 4% sobre 2012. O número indica que a demanda por moradia na capital continua aquecida e acima do ritmo médio de crescimento populacional dos últimos anos, que ficou em 0,5%.

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