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Arquitetura

Estruturas antigas ganham novos usos

O retrofit, conceito da arquitetura que diz respeito à modificação e reforma de estruturas antigas, é tendência para o centro da cidade

Antiga estação ferroviária da capital, hoje parte do Shopping Estação: bom exemplo de transformação de uso de um edifício, ideia central do processo conhecido como retrofit pelos especialistas | Divulgação
Antiga estação ferroviária da capital, hoje parte do Shopping Estação: bom exemplo de transformação de uso de um edifício, ideia central do processo conhecido como retrofit pelos especialistas (Foto: Divulgação)

Prédios e construções com mais de 15 anos costumam precisar de reformas. Arquitetos e profissionais do ramo da construção civil passaram a pensar em mais do que na melhoria do imóvel, mas também na readequação do uso desses espaços, que pode inclusive mudar a vo­­cação dos espaços. Um antigo quartel vira centro de compras e um prédio antes residencial, bem localizado, pode se transformar em um empreendimento comercial.

"Quando falamos em retrofit, estamos querendo falar sobre novo uso e ocupação para um imóvel que está sendo reformado e que poderá ser modificado para acompanhar tendências mercadológicas e comerciais", comenta o arquiteto Ma­­noel Dória, do escritório de ar­­quitetura Dória Lopes Fiuza As­­sociados. Ele explica que as cons­­truções e a tecnologia em­­pregada nelas tem um tempo de vida útil e que depois de um tem­­po de existência é preciso renovar as tecnologias utilizadas.

Há cerca de dez anos, os arquitetos começaram a pensar que esses espaços podem ser recuperados e, mais do que isso, transformados para novas utilizações. "Percebe-se que alguns terrenos, ocupados com grandes construções, podem ser transformados para novas utilizações. Alguns prédios antigos, que estão nas melhores localizações do centro da cidade não precisam ser ne­­cessariamente, demolidos para a construção de uma nova obra. Mas pode-se utilizar essa base pa­­ra reinventar o espaço, tanto na parte estética quanto no uso dos mesmos", diz Dória.

Para a arquiteta Belisa Guel­­mann, da RG Arquitetura e De­­sign, o retrofit significa uma atua­­lização do modo de vida. "A tecnologia nos permite economizar e utilizar a estrutura de prédios mais antigos que já está disponível e pode ser atualizada, fazendo com que o espaço seja atualizado e otimizado", diz.

Para ela, o retrofit será tendência porque o envelhecimento dos empreendimentos verticais, em Curitiba, está em processo inicial. "Os prédios mais antigos são os mais bem localizados. Com a tendência de falta de terrenos nas regiões mais procuradas, veremos cada vez mais a reu­­tilização das edificações de acordo com a necessidade atual", aponta.

Na prática

A área central de Curitiba apresenta dois exemplos claros de reutilização de espaços aproveitando estruturas antigas. Os shoppings Estação e Curitiba foram construídos a partir estruturas antigas de uma estação ferroviária e um quartel, respectivamente. "Nesses locais, po­­demos ver com clareza a reutilização do espaço, o aproveitamento da estrutura antiga, que costuma ser bem reforçada, para novos usos. Isso também tem a ver com a sustentabilidade, porque não é necessário destruir para construir algo novo", argumenta Dória.

"Além de dar uma nova leitura para o espaço, é possível atualiza-lo, deixando a obra de acordo com as normas e técnicas vigentes atualmente", completa. Outro exemplo de retrofit, que pode ser utilizado mesmo em prédios mais recentes, é a transformação do espaço antes destinado a eventos, no shopping Estação, em salas comerciais. "A mu­­dança está de acordo com a necessidade atual, que é a de espaços corporativos. E o re­­trofit é isso mesmo, é buscar a melhor utilização para um espaço que já está disponível e que não pode ficar parado", aponta.

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