
O número 51 da Rua Marechal Deodoro é conhecido como o endereço da Galeria Ritz, um dos destinos procurados por quem precisa resolver as demandas cotidianas ou buscar os serviços dos profissionais instalados nos 18 andares do seu prédio comercial, o Condomínio Edifício Wenceslau Glaser.
GALERIA: Veja imagens e personagens da Galeria Ritz.
Fazendo a ligação desta rua com a XV de Novembro, a galeria está localizada em uma das quadras mais tradicionais do calçadão – tendo sido vizinha do finado Cine Ritz – e se mantém atual, mesmo passados cerca de 45 anos de sua inauguração.
Tal fato deve-se, principalmente, às características arquitetônicas do prédio, assinado pelos arquitetos Lubomir Ficinski e Roberto Gandolfi. “Ele era um edifício com princípios novos. Todos os andares, por exemplo, tinham um eixo hidráulico de água e esgoto que permitia [aos ocupantes das salas] ter o banheiro onde quisessem”, lembra Ficinski.
O arquiteto acrescenta que o projeto inicial previa uma segunda galeria, que funcionaria como uma ponte entre o prédio e a Praça Tiradentes, além de uma praça interna, no que seria o primeiro miolo de quadra de Curitiba. As soluções, no entanto, não saíram do papel.
Para Salvador Gnoato, arquiteto e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), a vitalidade da galeria decorre do seu racionalismo, com todas as lojas em ângulo reto e sem a presença de elementos decorativos, o que faz do prédio uma obra clássica, que não sai de moda. “Ela veio contribuir para que se ampliasse o uso do calçadão, valorizando o pedestre”, acrescenta.
Outro detalhe arquitetônico que diferencia a Ritz dos demais corredores comerciais do Centro é a escada que liga a parte inferior e superior da galeria, fazendo com que ela seja a única a apresentar dois níveis distintos. “Não tínhamos inclinação para fazer uma rampa, foi uma questão estrutural”, lembra Ficinski.
Ritz hoje
Atualmente, cerca de três mil pessoas circulam diariamente pela Galeria Ritz, de acordo com o síndico Florisvaldo Garcia Peres, que mantém um consultório odontológico no prédio desde os anos 1970.
O mix de produtos e serviços vai de cafés a viagens de turismo em uma mescla de estabelecimentos novos ou que há décadas têm a galeria como endereço. Um deles é o Laboratório Ótico Especialista, de propriedade do ótico Agostinho Ramos Alves. Prestes a se aposentar, aos 82 anos, ele foi um dos primeiros lojistas da Ritz e conta ter firmado raízes na galeria por se tratar de um ponto muito bom e bastante conhecido.
A mesma avaliação faz Adirço Pandini, que há seis meses é proprietário da Tesouro Loterias, que funciona há 12 anos na Ritz. Ele conta que trabalhou por cinco anos na agência do Santander localizada na galeria e que, quando se aposentou, não quis deixá-la devido ao carinho que tem pelo espaço. “O que me fez decidir [pelo investimento] foi o local. A Ritz tem qualidade e segurança e, assim como as outras galerias, serve como ponto de apoio para as pessoas que circulam pelo Centro”, conclui.








