
A vaga de garagem é essencial e determinada por lei. O decreto municipal 582/1990 determina a área destinada a garagens nos mais diversos tipos de edificações e o número de vagas para cada caso. Além da exigência legal, o espaço coberto para guardar os carros tem valor comercial e é atrativo essencial para quem vai comprar.
"A decisão de quantas vagas vão ser oferecidas depende muito do produto e do setor comercial da incorporadora, que é quem prospecta o público. Quem vai projetar precisa entender que essa é a realidade do mercado e que o movimento é natural. As pessoas têm mais carros e vão precisar da garagem, é o movimento natural", comenta Silvia Fernandes, arquiteta e gerente de produto da Cyrela Paraná.
Pela legislação, cada vaga deve ter, no mínimo, 25 metros quadrados, incluindo os acessos, circulação e espaços para manobra. As dimensões mínimas para o exato local onde ficam os carros são 2,40 metros de largura e cinco metros de comprimento, livres de colunas ou outros obstáculos.
Para projetar o edifício e a garagem, o arquiteto terá de dominar o espaço, o dimensionamento e a estrutura. "A forma como a garagem estará organizada influencia até no formato da torre e nas plantas dos apartamentos. Os pilares de sustentação vão até a garagem e vão interferir no fluxo de carros", explica João Suplicy, arquiteto e professor da Pontifícia Universidade Católica no Paraná (PUC-PR).
Ele comenta que a legislação exige a metragem mínima, mas há garagens precárias porque foram construídas antes da validade da norma. "Se a gente for pensar, os carros também ficaram maiores, alguns mais largos. Um carro médio já fica apertado e dá muito trabalho para manobrar o carro", lembra Norimar Ferraro, coordenador do curso de arquitetura da Universidade Positivo.
Preço
As estruturas das garagens cobertas custam caro. Para fazer vários andares de subsolo, por exemplo, é preciso escavar, fazer cortina de contenção de terra e muros de arrimo. Usar os primeiros andares do edifício exige deixar de oferecer mais unidades. "A decisão sobre o tipo e a quantidades de garagens influencia no preço da construção", afirma Fernando Fabian, vice-presidente de imobiliárias do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR).
Esse incremento para a construção reflete no preço de uma garagem. A estimativa de Fabian é que o preço do espaço para o carro tenha aumentado cerca de 40% nos últimos cinco anos. "A garagem também é muito valorizada. Comprar uma garagem adicional, hoje em dia, custa cerca de R$ 30 mil", esclarece.
O preço do metro quadrado da garagem costuma não ser diferente do que aquele aplicado à área privativa do empreendimento. "Não vemos uma garagem que seja vendida por menos de R$ 20 mil e já vimos preços de vagas de até R$ 45 mil", acrescenta Daniel Galiano, diretor de vendas da Apolar Imóveis.
Disponibilidade
Nos prédios mais antigos, as vagas de garagem são ainda mais escassas. A dentista Débora Longhi mora com a irmã em um apartamento alugado, no centro da cidade. No prédio, só há vagas para um terço das unidades e a falta de espaço fez com que as irmãs tivessem de fazer algumas escolhas. "Nós alugamos uma vaga no estacionamento que fica do outro lado da rua, onde pagamos R$ 180 mensais. Ficamos com um carro só, porque se a minha irmã ainda fosse pagar estacionamento em casa, no trabalho e manter o carro, ficaria mais caro do que ir e voltar todo dia de táxi", conta. A falta de vaga faz com que outros imóveis fiquem mais atraentes. "Nós estamos pensando em mudar, para evitar esse gasto e ter mais conforto, com uma garagem à disposição", garante.



