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Luz solar

Imóveis face Sul desafiam moradores

Driblar a umidade e a falta de sol nos cômodos exige investimento e criatividade, em especial no inverno

Felipe Hoffman mora há 11 anos em um apartamento face Sul. Imóvel fica na sombra a maior parte do dia | Fotos: Brunno Covello/Gazeta do Povo
Felipe Hoffman mora há 11 anos em um apartamento face Sul. Imóvel fica na sombra a maior parte do dia (Foto: Fotos: Brunno Covello/Gazeta do Povo)
Sala de estar, cozinha e o banheiro do imóvel de Hoffman nunca recebem luz solar |

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Sala de estar, cozinha e o banheiro do imóvel de Hoffman nunca recebem luz solar

O motorista aposentado Felipe Hoffman, 67 anos, vive há 11 num apartamento térreo com face Sul, na região central de Curitiba. Em seu imóvel, a cozinha, o banheiro e a sala de estar estão voltados para a direção meridional, e nunca recebem a luz solar.

INFOGRÁFICO: Confira o percurso do Sol

"Meio dia bate um solzinho nos outros cômodos, mas às 13 horas minha casa já fica encoberta pela sombra dos prédios vizinhos". Para arejar o imóvel e evitar problemas como mofo, Hoffman procura deixar portas e janelas abertas. Mas a estratégia não funciona no inverno. "Como o apartamento fica no térreo e é tudo murado em volta, o ar entra e são sai, forma uma massa fria aqui dentro". A umidade e o frio tornam o período de junho a setembro o mais crítico do ano. Hoffman conta com a ajuda de dois aquecedores elétricos, um na sala, outro em seu quarto, para tornar sua casa habitável durante a estação.

A meteorologista do Simepar Sheila Paz explica que os imóveis com face Sul só recebem a luz solar indireta. O sol nasce no Leste, se põe no Oeste e cruza o céu sem passar pela região meridional. "No inverno, o sol se põe um pouco mais em direção Noroeste, e fica ainda mais distante do Sul."

Segundo o arquiteto e urbanista Orlando Pinto Ribeiro, mais do que o desconforto térmico, o maior prejuízo da falta de sol é a ausência do efeito germicida. "O sol ajuda na assepsia dos ambientes de longa permanência, o que é fundamental, já que passamos um terço da vida dentro do quarto", diz. Se o cômodo for voltado para o Sul, o arquiteto recomenda desencostar camas e armários das paredes, que ficam muito geladas e irradiam o frio. Também deve-se evitar tapetes, carpetes, cortinas e acolchoados. Esses tecidos retêm a umidade e promovem a proliferação de fungos e bactérias.

Para melhorar a temperatura ambiente no inverno, Ribeiro indica o uso de aquecedores associados a desumidificadores. Na fase de construção ou reforma, a melhor opção para o revestimento do chão é o piso vinílico, que pode ser climatizado. Para as janelas, o ideal são esquadrias de vidro duplo. "Como são grandes áreas envidraçadas, a perda de calor é muito grande. Esquadrias duplas melhoram a performance térmica e também a acústica", diz o arquiteto.

Uma novidade do mercado é um dispositivo de aquecimento de parede, feito em painel cerâmico. Ligado à tomada, promove a circulação do ar. "O ar quente sobe, o frio desce, essa convecção ajuda a retirar a umidade". O aparelho é feito de material refratário, que consome pouca energia elétrica.

Plantas

Moradores de imóveis com orientação Sul não precisam abrir mão de cultivar flores e plantas por causa da falta de sol. "É só optar por uma vegetação de sombra ou escolher espécies que se adaptem à pouca luminosidade", afirma o arquiteto e urbanista Orlando Pinto Ribeiro. A bromélia e a begônia, por exemplo, são flores que não podem receber radiação direta, pois o sol queima suas folhas. Já o lírio da paz é uma das poucas plantas que florescem na sombra. Os minicactos e a rosa de pedra, uma espécie de suculenta, são ideais para decoração. Formosos, não toleram o sol e precisam ser regados somente uma vez por semana.

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