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O lixo urbano, um grande problema das cidades em todo o mundo, é uma preciosa fonte de energia para fabricação de cimento e, eventualmente, um substituto de matéria-prima para produzir o material, sem interferir na qualidade. Após coleta seletiva, resíduos sólidos inertes (que não podem ser reaproveitados), como papel toalha e higiênico ou plástico engordurado, são triturados e utilizados como combustível em forno de cimento. O município de Cantagalo, a 200 quilômetros da capital do Rio de Janeiro, é o primeiro no Brasil a realizar o experimento, em parceria com a Ecoprocessa (Grupo Lafarge), especializada na gerência de resíduos para co-processamento. "É o conceito de ecologia industrial, de imitar em sociedade o que ocorre na natureza, onde o resíduo de um é alimento do outro", diz o diretor da empresa, Francisco Leme.

O maior ganho é em contribuição ambiental, diz ele. Uma delas, a redução de emissão de gás carbônico. "É uma tendência mundial. A Alemanha, por exemplo, consome mais lixo do que produz. O país tem de importar lixo como fonte de energia para co-processamento."

Para Cantagalo, um benefício e um exemplo de sustentabilidade para incentivar outros municípios. "É a melhor solução para o lixo. Após três anos, estamos conseguindo atingir um índice zero de material para aterro sanitário", relata o presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvol­­­vimento Sustentável, Helvio de Noronha.

Das 250 toneladas de lixo descartado por cerca de 20 mil habitantes ao mês, 50% é material reciclável (papel, plástico e madeira) e inerte. "Enviamos aproximadamente 50 toneladas por mês de resíduo inerte e sobras de orgânicos, que não servem para o solo, para serem aproveitados pela fábrica de cimento", explica Noronha.

Outros 50%, materiais orgânicos, como restos de alimentos, que se transformam em adubo, são distribuídos gratuitamente a produtores rurais e também auxiliam na recuperação de praças e jardins da cidade.

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