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“Você tem sempre de procurar algo para fazer, nunca se fica parado, porque sempre tem serviço. Quero fazer carreira” 
Silvana de Oliveira, 38 anos, servente. | Fotos: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
“Você tem sempre de procurar algo para fazer, nunca se fica parado, porque sempre tem serviço. Quero fazer carreira” Silvana de Oliveira, 38 anos, servente.| Foto: Fotos: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Para o pedreiro Lorival Batista, 49 anos, a grande vantagem da área é que se pode crescer e ser promovido, além de poder utilizar o que se aprende ali na própria casa. "Entrei como servente e agora sou pedreiro. Quis a construção civil porque, ao aprender o que se faz aqui, não é necessário pagar alguém para fazer serviços na minha casa", conta ele, que tem duas casas que construiu por conta própria.

Batista viu o mercado se desvalorizar e depois ter um boom histórico a partir de 2007. Foi testemunha também de grandes melhorias nas condições de trabalho. "Hoje, temos a obrigatoriedade de dar uniforme e equipamentos de segurança, e colocamos à disposição, no canteiro de obras, um refeitório, um vestiário, banheiros dignos. Muitas empresas dão café e alimentos para seus colaboradores", conta Euclesio Finatti.

Com a qualificação iminente desses profissionais, o nível do trabalho será maior, e a produtividade também. Finatti afirma que, naturalmente, as empresas vão poder pagar mais, porque terão trabalhadores e tecnologia que produzirão mais. Com essa perspectiva, o que poderia faltar de mão de obra se equilibra, e a tendência é que a economia gire de uma forma mais interessante, com mais emprego e renda.

Detalhistas

As mulheres também estão entrando nesse mercado, até há pouco tempo só para homens. "Mulheres têm sido contratadas com ótimos resultados, por exemplo, em atividades que requerem atenção, cuidados especiais, como a função de azulejistas", afirma Marcos Kahtalian.

Exemplo disso é a servente Silvana Custódio de Oliveira, 38 anos. Há menos de um mês trabalhando na construção civil, ela conta que o começo foi um pouco complicado. "Antes de entrar, tem uma palestra com alguns aspectos básicos. Depois, o mestre de obras nos ensina muitas coisas, como o que é perigoso, o que é seguro", comenta. Silvana diz que gosta do que faz, já que atividades "agitadas" sempre a atraíram. "Você tem sempre de procurar algo para fazer, nunca se fica parado, porque sempre tem serviço. Quero fazer carreira", resume.

Segundo Finatti, a entrada das mulheres é uma situação positiva. "Principalmente no acabamento, rejunte e serviços mais finos, delicados, a presença feminina está se mostrando salutar, qualificando mais as nossas obras", opina. "No Planseq, por exemplo, objetivamos que 30% das vagas sejam preenchidas pelas mulheres", revela.O aprendizado, o gosto pela área, as novas tecnologias e as novas formas de qualificação são aspectos que fazem com que o pagamento se torne maior e, consequentemente, que a área se torne mais atrativa. "Os salários tendem a crescer, mas em função do nível de qualificação profissional. Quanto mais qualificado, maiores serão os salários", destaca Kahtalian. Para acelerar isso, o setor tem buscado que os cursos sejam realizados no canteiro de obras. "Não posso obrigar o pedreiro a ir à sede do Senai após ter trabalhado pesado o dia inteiro. Por ser um trabalho itinerante, é necessário que o curso vá até ele", diz Finatti.

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