
A rede de fornecimento de gás natural cresceu nos últimos anos em Curitiba, puxada principalmente pela expansão do setor imobiliário. Em 2014, 38 empreendimentos novos passaram a utilizar o sistema, somando cerca de 4,2 mil unidades. Nos três primeiros meses deste ano, 801 novos apartamentos iniciaram o consumo do gás.
“Há dois anos percebemos a necessidade de planejar o crescimento da rede. As parcerias que fechamos com as construtoras direcionou o projeto de expansão”, conta Mauro Melara, gerente de vendas do segmento urbano da Companhia Paranaense de Gás (Compagas), responsável pelo fornecimento.
Os imóveis já habitados – foco do início da implantação da rede, em 2002 – continuam na mira da companhia e ajudam a alavancar o número de clientes que utilizam o serviço. Do início de 2014 até março deste ano, 36 prédios e 1,1 mil unidades já construídas substituíram o GLP pelo gás natural. Em resposta ao crescimento da demanda de novos e usados, a Compagas construiu cerca de 8 quilômetros de rede de distribuição residencial no período.
Apesar da expansão, o segmento não é o que mais comercializa em termos de volume para a companhia. Segundo Melara, sua importância se dá por representar o meio pelo qual a Compagas expõe seu serviço à comunidade. “Curitiba é vocacionada para o uso do gás por ser a capital mais fria do país. Essa é uma cultura que já existe. Nosso objetivo é atingir este mercado que é bastante promissor”, afirma. A companhia também tem planos de expandir a rede residencial para Araucária e Ponta Grossa nos próximos anos.
Conversão
Instalar um sistema de fornecimento de gás natural pode demandar menos esforço do que parece. Marco Laureanti, síndico dos edifícios Residencial 3161 e Parc Leman realizou a substituição há cerca de três anos e afirma não ter tido custos para a instalar o sistema. “Quando a proposta foi aprovada em assembleia, o setor de engenharia da companhia foi até os edifícios e começou a implantação. Fizeram o projeto, a instalação e a ligação dos prédios à rede tudo por conta deles, com tranquilidade”, conta.
Isso acontece porque, segundo a Compagas, quando o imóvel já conta com a tubulação de gás – e ela não está comprometida –, a adaptação para o gás natural é feita sem custos, tendo o consumo como a contrapartida para a companhia. “Pode haver participação financeira quando as condições técnicas impedirem a instalação, como vazamentos generalizados ou quando o edifício ainda utiliza botijão de gás no apartamento”, explica o gerente de vendas.
Se o empreendimento não tiver a tubulação instalada, a Compagas realiza o serviço para levar o gás até os apartamentos. O custo médio para a implantação do sistema em imóveis que utilizarão o gás na cozinha e nos aquecedores de água é de R$ 1 mil por unidade. Quando o uso for restrito ao fogão, o investimento quase dobra e fica em R$ 1,9 mil. Segundo Melara, o retorno do gasto não é o principal foco de quem busca o serviço. “O cliente entende o investimento como uma revitalização da edificação, que cumpre com os padrões de segurança e valoriza o imóvel”, avalia.



