Arquiteto, crítico e historiador de design e arquitetura, o italiano Enrico Morteo é professor na nova Academia de Belas Artes de Milão e colabora com a editora Electa na preparação do Grande Atlante do Design 1850-2005, uma enciclopédia que retrata a evolução dessa arte.
Segundo Morteo, o design não é sempre arte ou novidade ou ergonomia, mas um processo industrial em evolução e ao alcance de todos. O arquiteto deu palestra na feira Casa Brasil, realizada no Rio Grande do Sul, em agosto, e conversou com a reportagem do caderno de Imóveis.
Gazeta do Povo O que é o tradicional no design?Enrico Morteo Podemos chamar de tradicional tudo o que nossos pais usaram, como as peças do período moderno.
A beleza é o mais importante no design?Não. O conceito de beleza muda através dos tempos. O mais importante é a inteligência, como aquele produto foi feito, como se chegou até a idéia de seu conceito, enfim, o processo em si.
O design é para todos?Sim. Não se pode pensar que os pobres estão fora da cadeia de consumo. Para produzir coisas para eles é preciso criar oportunidades para desenvolver ações baratas, como concursos; esforços isolados pensando localmente. É preciso também conhecer as realidades locais e buscar as matérias-primas necessárias. Os recursos do Brasil são imensos e é preciso investir em um design mais social.
* A repórter viajou a convite do evento.
