
Comuns nos empreendimentos imobiliários até uns 10 ou 15 anos atrás, os quartos de empregada são raros nos lançamentos atuais. A mudança não é só de projeto, mas cultural é cada vez mais raro encontrar uma família que contem com um empregado doméstico que dorme no serviço. Com isso, quem, tem essa dependência em casa tem investido em mudanças, para dar novas funções a esses preciosos metros quadrados.
"A preferência hoje em dia é por contratar diaristas", confirma o arquiteto Keiro Yamawaki, sócio-diretor da Proa Arquitetura. "Com isso, esse espaço da casa passa a ficar livre para novos usos." Ele conta que muitos clientes buscam essa opção e a decisão do que o quarto de empregada vai virar depende da localização dele em relação aos outros cômodos. Se estiver próximo a outro quarto, pode ser feita uma ampliação do espaço ou projetado um closet. Se a parede de banheiro do quarto de empregada fizer divisa com um corredor ou outro quarto, é possível dispor de um novo lavabo ou montar uma nova suíte. Dependências de empregada que ficam perto da cozinha e da lavanderia costumam ser usadas para acréscimo desses espaços.
"Hoje as pessoas ficam menos tempo em casa, então é interessante usar bem todo o espaço disponível", considera o arquiteto Rafael Baglioli, da Arquinove Arquitetura. De acordo com ele, é possível perceber que os clientes têm predileção por ampliação das áreas próximas à cozinha. "Como hoje ninguém dispõe da sala de jantar e recebe convidados na cozinha mesmo, vemos que esse é o interesse prioritário da dependência de empregada nas casas que ainda contam com esse cômodo", diz.
Outro uso recorrente do espaço é para os escritórios em casa ou home offices, no jargão dos arquitetos. "A economia de espaço físico e do deslocamento também leva as pessoas a buscarem uma opção para trabalhar em casa. Nesses casos, o quarto da empregada vira espaço para escrivaninhas, computador e livros", comenta Baglioli.
Organização
Outro uso para o espaço da dependência de empregada é comportar armários para ajudar na organização. A arquiteta Gilvana Macedo, da Pro Arquitetura, transformou o quarto de empregada da cliente em rouparia. "Usamos o espaço para guardar roupa de cama, cobertores, travesseiros, toalhas. Foi ótimo fazer a reforma, porque o local antes estava desorganizado e servia como simples depósito", conta a bióloga Romine Bachmann Pigozzo, proprietária de um apartamento com cerca de 30 anos que foi reformado. De acordo com ela, a reforma foi simples e, nos móveis novos, foram gastos cerca de R$ 5 mil.
O investimento em móveis novos pode dar um novo uso ao cômodo sem depender de reformas e mudanças bruscas. "Às vezes a mudança não depende de grandes reformas. Remodelar com móveis ou um novo sofá, por exemplo, já é suficiente. O importante é dar um novo uso para o local e aproveitar o espaço da casa integralmente", justifica a arquiteta Ellen Marques, da Due Arquitetura.



