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Se por um lado o anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) feito pelo presidente Lula nesta última segunda-feira é esperado com otimismo por parte do mercado, para alguns o pacote deve trazer, em primeiro momento, conseqüências não tão bem-vistas.

Isso porque, apesar das medidas terem como foco o desenvolvimento dos setores da construção civil e imobiliário, o consumidor pode sentir um aumento nos preços dos imóveis para compra logo no início da implementação do programa. O diretor de comunicação e eventos da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), Fernando Thá, afirma que a injeção de R$ 5,2 bilhões na Caixa Economica Federal – para aumentar a margem de financiamentos exclusivamente voltados à habitação e ao saneamento – deve causar um aumento na procura por imóveis. "A não ser que haja o estímulo imediato para a construção civil voltada à área da habitação, a concessão de crédito pode causar uma demanda maior que a oferta de imóveis, o que, pela observação das leis de mercado, tenderia a gerar uma alta nos preços, em um primeiro momento", afirma.

Mas, se de imediato a expectativa é o aumento nos valores, Thá afirma que, em uma segunda etapa, o setor de construção deve absorver a necessidade de novos imóveis. Desta forma, aumentará a produção e, conseqüentemente, haverá a estagnação nos preços, o crescimento no volume de negócios e a geração de emprego e renda – o que já é visto com animação pelo setor.

Este, inclusive, vê, no simples anúncio das medidas, motivos de sobra para comemorar."Fiquei feliz com o que foi anunciado, pois grande parte das reivindicações que fizemos foram contempladas", afirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon-PR), Julio Araújo Filho. Segundo estimativas da instituição, caso as novas medidas sejam aprovadas, a construção civil poderá crescer neste ano de 8 a 10% em relação a 2006.

Para Araújo Filho, o pacote é uma continuação das ações realizadas no ano anterior e que previam a retomada do crescimento do setor. Segundo o presidente, a grande preocupação agora é que ele seja efetivamente colocado em prática. "Estamos otimistas em relação ao PAC, mas antes é preciso que ele realmente saia do papel", afirma. O programa depende ainda de aprovação no Congresso Federal.

O presidente do Sinduscon-PR acredita que as novas medidas possam girar o fluxo de capital no mercado imobiliário. "A produção com certeza vai aumentar e, quem construir, vai conseguir vender", diz. Segundo ele, outro reflexo positivo deve ser sentido. "A construção civil, sobretudo com a isenção do PIS e Cofins em grandes projetos de infra-estrutura, deverá gerar um grande número de empregos", finaliza.

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