
Casas e apartamentos que oferecem armários na cozinha, banheiro e quartos e até aqueles que dispõem de equipamentos como fogão, geladeira e máquina de lavar, lideram a preferência daqueles inquilinos que acabaram de chegar à cidade ou que vão ficar apenas temporariamente. Estudantes, profissionais transferidos e jovens casais procuram facilidade na hora de alugar e entrar no imóvel locado.
Os imóveis mobiliados e semimobiliados costumam ser os compactos, de um ou dois quartos e estão, na sua maioria na região central da cidade e nos bairros do entorno. "Cristo Rei, Batel, Água Verde, Juvevê e Cabral oferecem mais opções, mas outras regiões, mais distantes, costumam oferecer imóveis maiores", comenta a gerente da Senzala Imóveis, Augusta Coutinho Loch. De acordo com ela, 70% da procura por esses imóveis vem de pessoas de outras cidades, que vêm para ficar um período fixo no novo local, não quer a frieza de um hotel ou flat e preferem evitar gastos e trabalho com a mudança.
"Empresários e executivos que vêm para ficar até um ou dois anos na cidade não querem se desfazer de sua casa no local de origem. Esses preferem alugar um apartamento mobiliado, cujo custo gira entre R$ 1,5 e 2 mil, do que ficar em um flat, que é mais impessoal e cobra mais de R$ 4 mil mensais", explica.
Preço e procura
De acordo com ela, a indicação para os proprietários é investir nos móveis. Ela calcula que um imóvel com bons armários e piso tem chance de ser locado até 80% mais rápido que os vazios. "Pelo menos todos os armários e piso laminado. No mínimo os proprietários têm de oferecer isso. Eles vão investir entre R$ 5 e 6 mil no imóvel, mas a velocidade da locação é maior", garante, lembrando que o móvel planejado e bonito pode influenciar também no preço da locação. "Os dono conseguem de 10 a 20% a mais no preço do aluguel, dependendo da mobília que oferecem", diz.
De acordo com Henrique Vianna, diretor comercial de locação da Apolar Imóveis, nos primeiros meses desse ano, 45% dos imóveis angariados pela imobiliária era semimobiliados ou mobiliados. "Isso mostra que os inquilinos estão percebendo a importância de oferecer um imóvel com boas condições. Manter móveis e colchões antigos, por exemplo, pode fazer o efeito inverso e em vez de ajudar, vai atrapalhar", diz.
Para Vianna, o inquilino fica mais atraído por imóveis que já tem armários e está disposto a pagar de 10 a 20% a mais no semimobiliado e até 30% a mais nos mobiliados, em comparação aos imóveis vazios.
À espera
Além de quem vem de fora, também procura os mobiliados quem investiu em um imóvel e aguarda a finalização da obra. "Temos procura também por parte de quem comprou um imóvel na planta e está esperando ele ficar pronto. Essas pessoas também não investem em mobília, porque estão se preparando para montar suas casas, no local onde vão ficar definitivamente", diz Augusta. Esse foi o caso da professora de psicologia Luz Maria Romero, que comprou um apartamento na planta. Como a obra atrasou, ela teve de alugar um imóvel que tivesse pelo menos os armários para esperar seu apartamento ser finalizado. Ela calcula que vai permanecer no imóvel mobiliado por cerca de seis meses, e garante que a economia que fez por não precisar adquirir esses móveis vai ajudar a mobiliar a casa nova e própria.
Atenção redobrada na hora da vistoria
A inspeção do imóvel é momento peculiar nos imóveis mobiliados e semi-mobiliados. Nesses casos, a visita é sempre feita com agentes da imobiliária, já que não podem ser feitas apenas pelo interessado na locação. "Isso confere segurança para o proprietário do imóvel", diz Henrique Vianna, diretor da Apolar. Para quem procura o imóvel mobiliado, é importante testar e descrever as condições dos móveis e de todos os aparelhos. "é preciso mais detalhes do que em um imóvel que está vazio e um problema é que a vistoria geralmente é feita quando a luz está desligada, então não é possível testar os aparelhos elétricos", aponta.
No entanto, o inquilino tem 30 dias para fazer a contestação da vistoria. "Antes de colocar as suas coisas e mudar definitivamente, a gente indica que o inquilino releia a vistoria e confira cada item, para ser se as condições expostas ali são as mesmas do imóvel. Se tiver um risco ou um furinho a mais e essa situação for regularizada no documento da vistoria, não haverá cobrança indevida na saída e evita-se qualquer impasse", afirma Augusta Loch, da Senzala.





