
Quem não tem dinheiro para comprar um imóvel à vista, precisa recorrer aos sistemas de crédito imobiliário disponíveis no mercado. Há variadas opções de financiamento e a escolha por uma das modalidades depende do perfil do comprador. Adquirir o imóvel por meio de parcelas a pagar requer planejamento e a principal dica dos especialistas é pesquisar muito e avaliar todas as possibilidades antes de assinar o contrato.
"A escolha do tipo de financiamento vai depender do valor que se pretende pagar pelo imóvel e da renda do comprador. O pagamento das parcelas não pode prejudicar a renda", explica Vilmar Smidarle, gerente regional da Caixa Econômica Federal.
O tipo de financiamento imobiliário mais procurado é o contrato feito pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que servem para imóveis que custam até R$ 500 mil. De acordo com dados do Banco Central, de novembro de 2011 a outubro de 2012, foram financiadas 465.075 unidades pelo SFH em todo o país. O limite de financiamento, nessa modalidade, é R$ 450 mil.
"É preciso ir a todos os bancos, analisar todas as opções. Tem bancos comerciais, por exemplo, que podem oferecer uma taxa menor se você for cliente há mais tempo", exemplifica o consultor financeiro Emerson Fabris.
As boas condições de juros e prazos de amortização da dívida que podem oferecidas pelo banco foram os motivos para a manicure e depiladora Jandete Reguelin aguardar a liberação de financiamento para comprar um imóvel. Ela comprou um apartamento avaliado em R$ 130 mil na Barreirinha, em Curitiba, há pouco menos de dois anos. Entre iniciar o pagamento de um consórcio ou esperar pela aprovação de crédito na instituição bancária, ela preferiu a segunda opção. Para o financiamento, ela deu uma entrada de R$ 5 mil e paga cerca de R$ 300 mensais, o correspondente a 20% da renda. As parcelas serão pagas por mais 20 anos. "Eu fiz as contas e vi que é possível pagar esse valor por mês, sem que a minha renda fique afetada", calcula.
Outras possibilidades
É possível fazer parcelamentos para comprar um imóvel pelo Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), que é a modalidade para quem quer comprar um imóvel com valor acima de R$ 500 mil. Nesse sistema, os contratos são celebrados entre as partes de acordo com as regras do mercado: não existem limites de financiamento e nem do valor do imóvel. As taxas de juros são negociadas em cada caso. "Como os clientes desse tipo de financiamento necessitam de um crédito maior, o banco assume mais riscos e os juros podem ser mais altos", explica o advogado Alberto Fernandes Neto, especialista em direito imobiliário.
Recomendações
Pesquisa e planejamento ajudam a acertar na escolha do financiamento
Além da sua situação econômica atual, antes de adquirir um imóvel ou optar pelo tipo de empréstimo que será feito, o comprador deve projetar suas condições no futuro.
O imóvel precisa ser enquadrado na capacidade financeira do interessado, que precisa buscar uma linha mais adequada para tomar o empréstimo.
No caso de financiamentos, o mais interessante é financiar o menor valor possível, em menos tempo. Dessa forma, é possível negociar juros mais baixos e é mais fácil que as condições se enquadrem na melhor possibilidade financeira do mutuário.
"O principal é que o gasto com moradia não ultrapasse 30% da renda. Mas, além disso, é preciso pensar no tamanho do imóvel, na localização, em quem vai morar na casa, para aí ver como pode ser feito o pagamento", explica o gerente regional da Caixa Econômica Federal, Vilmar Smidarle.
Se for preciso usar os limites máximos de financiamento, que é o parcelamento de até 90% de valor do imóvel em 35 anos, o limite de comprometimento do comprador fica mais comprometido. "Tudo vai depender da necessidade e do planejamento da pessoa. Como a compra do imóvel é das que precisam ser feitas com mais consciência, é preciso ter cuidado e não comprar por impulso", reforça.
Opções
Consórcio e carteira hipotecária também são opções
Além do SFH e do SFI, é possível usar a modalidade de carteira hipotecária, que é considerada um empréstimo pessoal comum para a aquisição de um imóvel.
Nesse formato, geralmente usado na aquisição de um segundo imóvel, os agentes financeiros também podem negociar os recursos e as condições de pagamento. As condições costumam ser mais interessantes e os juros menores, porque um imóvel é dado como garantia do empréstimo.
"O imóvel está pago e o banco o toma como garantia. Se você não pagar, o banco pode tomá-lo, é um risco para o comprador", alerta o consultor financeiro Emerson Fabris.
Aliança
Outro formato de aquisição de imóvel por meio de parcelamento é o consórcio, que não é considerado um financiamento.
"O consórcio é mais indicado para quem quer montar uma carteira de imóveis ou fazer um investimento para o futuro, porque não pode ter pressa para ocupar o bem", explica a diretora da Ademilar, Tatiana Reichmann.
O advogado Alberto Fernandes Neto lembra que o consórcio pode demorar até 10 ou 15 anos. "Depende do plano escolhido, mas é maior a chance de interessado só receber bem no final do plano", diz.



