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Cidades como Londrina acompanham tendências do mercado, porém em ritmo mais lento | Gilberto Abelha/ Gazeta do Povo
Cidades como Londrina acompanham tendências do mercado, porém em ritmo mais lento| Foto: Gilberto Abelha/ Gazeta do Povo

Mais barato

Os valores de venda e locação de imóveis no interior são menores do que em Curitiba. O preço para aluguel pode ser até 28% mais baixo do que na capital, enquanto na venda a diferença chega a 23%.

Canteiro de obras

Construção civil espera investimentos públicos para alavancar crescimento

Empresários da construção civil que atuam nas cidades interioranas percebem que, nos dois últimos anos, o segmento residencial está equilibrado. Por isso, as maiores expectativas estão nos investimentos em obras públicas.

"Além da demanda local por habitação, acreditamos que o setor ainda vai crescer muito devido aos investimentos que serão feitos pelos governos, tanto municipal quanto estadual e federal", comenta José Fernando Dillenburg, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Cascavel (Sinduscon Oeste).

A espera pelos editais das obras de infraestrutura anima o setor também em Londrina. O presidente do Sinduscon Norte, Gerson Guariente Junior, diz que a região ficou muitos anos sem obras significativas. Agora, a expectativa pelo incremento de licitações mobiliza os construtores da região de Londrina. "Em 2012 já aconteceram algumas contratações e a tendência é que em 2013 esse movimento se efetive", diz.

Os representantes da construção civil endossam que o interior está equilibrado. "Tivemos muitos lançamentos, mas desde o final de 2012 vimos um arrefecimento da construção para a habitação", comenta Guariente.

Em Cascavel, a estabilidade até beneficiou os construtores. "É uma situação de equilíbrio, porque muitas empresas já estavam com problemas de atraso devido à escassez de mão de obra. Esse desaquecimento acabou sendo positivo, porque as empresas puderam melhorar seus processos", aponta Dillenburg, do Sinduscon Oeste . (TB)

O mercado imobiliário e o setor da construção civil se comportam de maneira semelhante na capital e nos grandes municípios paranaenses. O ápice do preço e da demanda, entre 2007 e 2010, deu lugar à estabilidade nos últimos dois anos. Fenômenos como a verticalização, a valorização dos terrenos e a escassez de mão de obra também estão presentes em cidades como Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu, mas acontecem de forma mais lenta em comparação com Curitiba.

"O mercado está menos esgotado no interior do que na capital. Em todo o estado houve uma retomada entre 2007 e 2010, mas nada tão significativo como em Curitiba, onde prédios inteiros eram vendidos em um fim de semana", comenta Daniel Galiano, diretor da Apolar Imóveis, empresa que tem 30 franquias no interior.

Liliana Ribas Tavarnaro, presidente do Sindicato da Habitação no Paraná (Secovi-PR) , afirma que os dados dos últimos 13 meses apontam para a acomodação. "Assim como em Curitiba e na região metropolitana, a época é de estabilidade. Os preços foram reajustados há pouco mais de três anos e agora o mercado está mais equilibrado em todo o estado", diz.

Percentuais

Dados do Instituto de Ins­­ti­­tuto de Pesquisa e Desen­­vol­­vimento do Mercado Imo­­­­biliário e Condominial (Inpespar) mostram que no interior os valores podem ser 28% menores para contratos de locação e 23% para a venda (veja mais no quadro ao lado). O preço cobrado pelas unidades deve permanecer o mesmo em 2013 pois, de acordo com os especialistas, já cresceu o suficiente.

"Não sentimos baixa nem na oferta e nem na procura. O que está evidente é que o preço não sobe tanto quanto em 2010 e 2011", comenta Sabas Martin Fernandes, diretor do Conselho Regional dos Corretores de Imóvel (Creci-PR) em Maringá.

Os valores, no entanto, não são absolutos. "Há, sim, um percentual médio de diferença com relação à capital: o preço do imóvel no interior é menor. Mas o valor final vai depender de características específicas do imóvel, como estado de conservação, localização e acabamento", aponta Liliana Tavarnaro. "Um apartamento de dois quartos no Centro de Ponta Grossa pode sair até mais caro que um imóvel similar em Curitiba", completa.

Mudança no horizonte

Com o preço dos terrenos começando a tornar menos viável a construção de casas, os municípios do interior começam a se verticalizar. "Isso já acontece em cidades maiores, como Londrina e Maringá, e aos poucos está dominando outras", exemplifica Daniel Galiano.

"Já temos muitos lançamentos verticais, mas os condomínios horizontais e casas ainda predominam", comenta Fernandes. De acordo com ele, terrenos e casas em bairros com mais espaço disponível lideram a demanda.

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