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Ricardo Brunelli fez um home office na casa da árvore, que  Denise aproveita como es­­pa­­ço para leitura e que Giovana visita, quando não está brincando na própria casinha | Roberto Custódio/ Jornal de Londrina
Ricardo Brunelli fez um home office na casa da árvore, que Denise aproveita como es­­pa­­ço para leitura e que Giovana visita, quando não está brincando na própria casinha| Foto: Roberto Custódio/ Jornal de Londrina

Um endereço na figueira

A casa da árvore na propriedade da empresária de moda Desiree Galvão Bueno, em Londrina, tem diversas finalidades, dependendo de quem a utiliza. Se a família recebe os amigos, é um espaço para happy hour, curtir o pôr-do-sol ou um luau sob as estrelas. "Fazemos questão de levar os convidados para a casa na árvore. Muitos ficam surpresos com o tamanho. Às vezes tem sorteio para saber quem pernoitará lá", conta.

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  • Valorização de aber­­tu­­ras na casa projetada pelos arqui­­tetos Fred Benedetti e Fernanda Abs, de São Paulo
  • A casa na árvore infantil é mais próxima do chão e, geralmente, é montada com acessórios, que permitem subir e descer brincando

A construção de uma cabana com estrutura de bambu e cobertura de folhas de bananeira, no alto de um abacateiro, a 5 metros do chão, marcou e deu rumo à vida do administrador Ricardo Brunelli. Foi em 1976, no município de Rolândia, no Norte do Paraná. Ele e dois amigos até conseguiram passar uma noite na frágil estrutura, mas choveu, a casa mo­­lhou por todas as partes e o sonho dos meninos desmoronou. "Fiquei com aquilo na cabeça e disse a mim mesmo que um dia iria construir uma casa na árvore de verdade", conta Brunelli, que foi mais longe e é proprietário da em­­presa Casa na Árvore, em Lon­­drina. O ad­­mi­­nistrador realiza o desejo de crianças e inclusive de adultos, que um dia sonharam em ter a casa na árvore para se aventurar e usar como esconderijo na hora das brincadeiras e momentos de mau humor.Na residência onde mora, Bru­­nelli caminha 40 passos, sobre uma passarela, do quarto até o home office de 32 me­­tros quadrados, localizado na casa da árvore. "É um privilégio trabalhar em um ambiente tranquilo e acompanhar a vida dos pássaros daqui de cima", revela, do alto de seu refúgio. A mulher, Denise, aproveita o espaço como um local para leitura, e a filha, Giovana, tem sua própria casa na árvore, de 14 metros quadrados, logo abaixo, bem mais próxima do chão.

Público

As crianças são grandes "clientes" de empresas como a de Brunelli, mas nem sempre é um casal com filhos que encomenda o produto. Geral­­men­­te em fazendas, chácaras, sítios e condomínios fechados com ampla área verde, é utilizada como um local para admirar a vista, relaxar e encantar os visitantes. "É um resgate da infância e o desejo de ter mais contato com a natureza", afirma o arquiteto Fred Benedetti.

Um de seus projetos, em parceria com a arquiteta Fernanda Abs, é uma casa na árvore de 35 metros quadrados, criada para uma mostra de decoração. É um ambiente sem divisórias, com cozinha acoplada e terraço. "Ela é inteira de madeira, com paredes duplas para ligação de luz e água, cobertura de vidro e chuveiro ao ar livre", descreve Bene­­detti. A casa, com toda a decoração, foi vendida por R$ 40 mil e está em uma fazenda em Araras, no interior de São Paulo.

Check-up antes de construir

Não existe uma lei que proíba a construção de casas na árvore, desde que não haja cortes, mas diversos fa­­tores implicam na montagem para garantir a durabilidade da estrutura e saúde da espécie, de ma­­neira que passe de geração para geração.

Entre os quesitos, os profissionais verificam se o tronco foi alvo de cu­­pim em algum momento da vida e até que ponto afetou a saúde dela; se os galhos estão com alguma infiltração; e se a base tem um diâmetro de pelos menos 80 centímetros, o que garante uma árvore madura. "So­­mente depois de toda uma lista de itens de avaliação é que conseguimos fazer um orçamento, antes é muito difícil", revela Brunelli.

Outro fator importante é pensar no que será levado para cima. Se o dono quiser móveis, por exemplo, deve haver apoio reforçado no solo. O ideal, avalia o engenheiro civil Peter Heinrichs Júnior, proprietário da The Log Artefatos em Ma­­deira, em Curitiba, é utilizar madeiras roliças (mourão) presas ao solo, que farão a sustentação da casa.

Para as infantis – a 1,5 metro do chão –, ele sugere complementar com escorregadores; para adultos, mais altas, um mirante. A construção pode ser em madeira de lei, como cumaru, angico-preto, angelim pedra, peroba-rosa e jatobá; madeiras de reflorestamento e demolição.

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