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Patrimônio

Restauro dará nova vida ao Sobrado Stolz, no Largo da Ordem

Fechado há cerca de dez anos, prédio está sendo recuperado pela família que dá nome ao imóvel

Loriane Stolz Cisz Portes, quarta geração da família proprietária do imóvel, acompanha a execução da obra. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Loriane Stolz Cisz Portes, quarta geração da família proprietária do imóvel, acompanha a execução da obra. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Nos próximos meses, Curitiba terá um de seus casarões históricos resgatados ao uso e à composição do cenário urbano. Após oito meses de projeto e nove meses de obra, o restauro do Sobrado Stolz está entrando na fase de acabamento. O imóvel fica na Rua São Francisco, em uma das regiões mais conhecidas da capital.

Nossa ideia é locar para uma empresa que traga algum benefício para a região. Um negócio que possa estar com as portas abertas durante o dia para que as pessoas também possam utilizar o espaço neste horário

Loriane Stolz Cisz Portesarquiteta, proprietária do Sobrado Stolz

A obra é uma empreitada da família que dá nome ao prédio e que, desde 1907, tem a propriedade do imóvel. A arquiteta Loriane Stolz Cisz Portes, quarta geração à frente do sobrado, conta que o investimento pesado no restauro veio da decisão de manter o imóvel na família e também de fazer com que ele volte a ser parte integrante da paisagem do Largo da Ordem. “Tínhamos duas opções: ou vendíamos e uma terceira pessoa tocaria [a revitalização], ou captaríamos recursos para realizá-la. Nossa decisão foi a de não nos desfazermos do imóvel”, conta.

Obra

Fazer com que a revitalização mantenha ao máximo possível as características originais do prédio de arquitetura eclética exigiu empenho por parte dos profissionais envolvidos na obra – o projeto arquitetônico de restauro é executado pela Stolz Arquitetura em parceria com a ArquiBrasil, enquanto a obra é assinada pela Zelta Construções.

Após passar cerca de dez anos fechado, o sobrado estava bastante deteriorado, com os pisos e o telhado caídos e outras estruturas comprometidas. “A parede da fachada, por exemplo, estava solta da estrutura, com grande probabilidade de cair. Tivemos que fazer a recuperação e o travamento dela, o que levou cerca de cinco meses até entrarmos na fase de construção propriamente dita”, conta Rogério Muniz, engenheiro da Zelta Construções.

Para manter a integridade da construção, o prédio foi reestruturado desde sua fundação até o telhado, que recebeu vigas metálicas sem perder sua inclinação e cobertura originais, garantida pela instalação das telhas francesas.

Depois da recuperação da estrutura, marcada pelo pé-direito elevado e pelos arcos nas passagens internas, a dificuldade em encontrar os materiais e a mão de obra necessários para resgatar as características da construção é um dos maiores desafios do projeto, na opinião de Muniz. “Hoje, materiais como as madeiras de lei utilizadas no piso e no teto são muito caros. Além disso, tivemos que buscar marceneiros que pudessem reproduzir as portas e janelas nos moldes da época da construção. A empresa que está produzindo as peças é de União da Vitória e não costuma trabalhar com estes projetos, está fazendo para atender a nossa necessidade”, conta.

Investimento

Loriane e seu pai, Leonardo Cisz – que está custeando a obra – preferem não divulgar o valor direcionado ao restauro do sobrado da família, mas afirmam se tratar de um investimento caro. Para restitui-lo, eles planejam utilizar a verba decorrente da comercialização do potencial construtivo do imóvel – que, segundo a arquiteta, deverá cobrir cerca de 30% dos gastos – e do aluguel do espaço. “Nossa ideia é locar para uma empresa que traga algum benefício para a região. Um negócio que possa estar com as portas abertas durante o dia para que as pessoas também possam utilizar o espaço neste horário”, projeta.

Sobrado Stolz está na fase final das obras de restauro. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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Sobrado Stolz está na fase final das obras de restauro.

Sobrado ficou mais de dez anos fechado e estruturas acabaram comprometidas. | Rogério Muniz/Zelta Construções

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Sobrado ficou mais de dez anos fechado e estruturas acabaram comprometidas.

Piso e teto estavam destruídos. | Rogério Muniz/Zelta Construções

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Piso e teto estavam destruídos.

Obra consumiu oito meses de projeto e já está com nove meses de execução. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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Obra consumiu oito meses de projeto e já está com nove meses de execução.

Materiais nobre, como piso de madeira de lei, foram desafios extras na obra. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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Materiais nobre, como piso de madeira de lei, foram desafios extras na obra.

Fachada corria o risco de cair. | Rogério Muniz/Zelta Construções

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Fachada corria o risco de cair.

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