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Mercado

Supercondomínios perdem força entre os lançamentos imobiliários

Acomodação do mercado reflete na estratégia das construtoras, que tendem a optar por empreendimentos com menor número de unidades

Residencial Vida Bella, no Atuba: condomínio tem 45 torres e 900 aparta­­mentos | Fotos: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
Residencial Vida Bella, no Atuba: condomínio tem 45 torres e 900 aparta­­mentos (Foto: Fotos: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo)
Uma das 5 torres do Botânica, da PDG: empreendimento tem 560 unidades |

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Uma das 5 torres do Botânica, da PDG: empreendimento tem 560 unidades

Acompanhando o boom do mercado imobiliário, Curitiba viu crescer desde 2008 a oferta dos supercondomínios, empreendimentos residenciais que concentram mais de 250 unidades e milhares de moradores. Passada a euforia pela novidade, que até então não fazia parte dos produtos do nosso mercado, o que se percebe hoje é uma tendência de redução dos lançamentos dos condomínios com este perfil.

Dados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) demonstram que no ano passado 19% de todos os lançamentos da cidade correspondiam aos megacondomínios (empreendimentos com mais de 301 unidades de acordo com a classificação da entidade). Em 2012, este número foi de 11%, contra os 41% de 2011 e os representativos 64% em 2009.

Ao contrário dos dois anos anteriores, nos quais o índice ficou abaixo dos 20%, no primeiro quadrimestre de 2014 os lançamentos deste perfil atingiram os 48%. Segundo especialistas, o número não representa, entretanto, o início de uma nova onda dos supercondomínios como a anterior a 2012, quando surgiram projetos com mais de 500 unidades.

"As construtoras continuam investindo nesse padrão de empreendimento, porém em menor volume e concentração de unidades. Há um consenso de que no momento atual, devido à grande demanda reprimida já ter sido atendida, um condomínio com elevado número de unidades não é, normalmente, a melhor opção", explica Marcos Kahtalian, consultor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR) e sócio da Brain Bureau de Inteligência Corporativa. Nos empreendimentos mais econômicos, como os enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida, a presença dos supercondomínios continua bastante significativa, acrescenta.

Alguns dos mais recentes lançamentos das construtoras na capital ilustram este cenário. O Green Center Residence, da Thá, contará com um total de 306 unidades. Já o Lifespace Curitiba – em construção pela Invespark em parceria com a Rossi e lançado em 2012 – será de grande porte, somando 732 apartamentos. "Os lançamentos futuros nessa linha serão mais voltados ao conceito do empreendimento do que à resposta da demanda ou ao faturamento", diz Kahtalian.

Gigantes

Um dos exemplares mais representativos dos supercondomínios já construídos em Curitiba é o empreendimento Vida Bella, no Atuba. Lançado pela Rossi em 2009, o condomínio conta com 45 torres e nada menos do que 900 apartamentos. "O desafio de se planejar um empreendimento deste porte é grande, pois é preciso prospectar um terreno que atenda às expectativas do produto e elaborar um projeto que contemple todos os requisitos de um condomínio deste perfil, como a estrutura de lazer", diz Samarys Hassel, gerente regional da Rossi.

Outros empreendimentos que surpreendem pela concentração de unidades são o Parque Arvoredo (Tenda), com 750 apartamentos, e o Botânica (PDG), que reúne 560 unidades em cinco torres.

Gestão interna e externa é desafio para super­­condomínios

Controlar um número tão grande de unidades e responder às solicitações de milhares de moradores exige processos aprimorados de gestão. Fica difícil para o síndico, sozinho, acompanhar o volume de demandas. A boa notícia é que existem empresas especializadas em administrar a rotina desses gigantes.

Nessas empresas, a atenção dada a esses conjuntos residenciais é ainda mais personalizada. Priscila Floriano, gerente de relacionamento com o cliente da Administradora Paraná – responsável pela administração dos condomínios Vida Bella e Parque Arvoredo que, juntos, somam 1.650 unidades –, conta que a empresa instalou um centro administrativo dentro dos empreendimentos para que um de seus funcionários atue diretamente no condomínio. "Este profissional está ali para fazer com que as coisas fluam com mais rapidez, facilitando o contato e a comunicação dos moradores e do condomínio com a administradora", diz.

A gerente lembra que todo o processo de gestão é diferente do realizado em condomínios de menor porte, pois exige um controle financeiro ainda mais efetivo para que se tenha um bom plano orçamentário, sem riscos de déficit. Contar com uma assessoria jurídica e de engenharia é outro item indispensável para a resolução de problemas e a boa convivência. "Quando se trabalha com um volume considerável, a transparência na gestão é ainda mais primordial", acrescenta Priscila.

Infraestrutura

Além dos processos internos, os supercondomínios mudam a rotina do entorno do empreendimento. O grande volume de pessoas que habitam o local eleva o fluxo de veículos e exige o aprimoramento de serviços públicos, como transportes e coleta de lixo, por exemplo.

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