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Herança de família

Um pouco de tudo no Armazém Santa Ana

Aberto em 1934, armazém funciona há 80 anos em um casarão no bairro Uberaba que retrata a imigração europeia no Paraná

 | Henry Milleo/Gazeta do Povo
(Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)
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Distante do centro histórico de Curitiba, uma casa de madeira se destaca entre as construções modernas às margens da Avenida Senador Salgado Filho, no bairro Uberaba. O imóvel, típico exemplar da arquitetura da madeira do Paraná, data de 1934 e há 80 anos abriga o Armazém Santa Ana.

A história do casarão de cor alaranjada tem início cinco anos antes de sua construção, quando o ucraniano Paulo Szpak, então com 19 anos, chegou ao Brasil. Antes de abrir o armazém, o imigrante trabalhou em um areal, em obras de estrada e como sapateiro. Mas foi na venda de secos e molhados, querosene e grãos a granel que ele garantiu o sustento da esposa, filhos e netos, hoje à frente dos negócios. O nome do armazém é uma homenagem à Santa Ana, de quem era devoto e cuja imagem está exposta na casa.

Ana Szpak, neta do fundador e proprietária do armazém junto ao irmão Fábio, conta que o avô dizia ter comprado a madeira de imbuia maciça de uma casa que havia sido demolida em um sítio em São José dos Pinhais. Segundo ela, no passado, o armazém também servia de ponto de descanso para tropeiros. "No passado, muitos produtores de hortigranjeiros de São José dos Pinhais traziam seus produtos de carroça para Curitiba e paravam aqui para lanchar e descansar. Na volta para casa, faziam outra parada para comprar mantimentos para suas famílias", conta.

Quando o pai de Ana, Pedro, assumiu a gestão do armazém, ampliou a oferta de produtos comercializando ferramentas, baldes e outros utensílios de ferro e metal, que ainda podem ser vistos pendurados na sacada em frente ao casarão, outra característica das construções em madeira erguidas pelos europeus. "Hoje ainda temos penicos, chuveiro de campanha e tamancos de madeira, além de queijos e salames produzidos na colônia", lembra Ana.

Para sobreviver à modernidade, os netos – terceira geração à frente do armazém – precisaram inovar e transformaram o espaço em um ponto de encontro para grupos de amigos, mas sem deixar lado a mercearia. O espaço comporta cerca de 150 pessoas e mantém o clima de boteco com ares do passado, garantido pelos lambrequins – elementos decorativos que serviam para a proteção do beiral da construção –, pelos petiscos e as bebidas, sempre geladas.

Considerado como Unidade de Interesse de Preservação (UIP), o imóvel é conservado pelo esforço dos donos, que realizam pequenas manutenções e atualizações necessárias para manter a casa segura e em bom funcionamento. "Sempre que tem um feriado no qual podemos fechar o armazém, realizamos pequenos consertos. Já trocamos toda a fiação elétrica e o assoalho, além de colocar piso no local onde estão instalados os freezers. Também construímos uma nova cozinha, a pedido da vigilância sanitária. Tudo para atender bem os clientes", afirma Ana.

Armazém Santa Ana

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