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Construção

Uma casa “tirada do lixo”

Exposição instalada no Jardim Botânico mostra novos usos para materiais reciclados

Vídeo: | RPC TV
Vídeo: (Foto: RPC TV)

Para onde vai o lixo? Se você respondeu para fora (de casa), pode ter uma grande surpresa ao visitar o Espaço Cultural Frans Krajcberg, que fica dentro do Jardim Botânico, em Curitiba, nos próximos doze dias. A Reciclasa, um projeto patrocinado pela IBM em parceria com o Ministério da Cultura, traz uma casa de cinco cômodos e de 180 metros quadrados, totalmente construída e decorada com materiais reciclados, e também a idéia de que tudo que vai pode voltar – e ainda mais bonito.

A mostra reúne trabalhos com reciclagem de todo Brasil e apresenta aos olhos dos visitantes uma casa comum completa, com a qual eles podem se identificar. A surpresa da exposição vem da beleza de uma casa "tirada do lixo". O banco de design moderno da sala de estar é feito de papelão, o revestimento alegre e brilhante do quarto de criança é de tubos de pasta de dente moídos e prensados, e por aí vai.

"Uma das frentes do projeto era justamente acabar com esse estigma antigo de que lixo é uma coisa feia, que envolve culpa. Nesse aspecto, a arte, desde o início do século 20, vêm mudando essa visão sobre o que jogamos fora", explica o coordenador do projeto, Jason Prado. Para acabar com essa imagem preconceituosa do lixo, ele chamou Amélia Zaluar, arte-educadora carioca que ajudou a reunir peças de artistas contemporâneos brasileiros que trabalham com o que é refugo – entre eles, seis paranaenses.

Mercado

Outro objetivo da Reciclasa era valorizar a importância da reciclagem como fonte de renda. "Muita gente acha que o que é reciclado não é consumido, com isso o mercado tem pouca oferta, o que também gera pouco consumo. É um ciclo vicioso. Com o projeto procuramos trazer visibilidade à cadeia produtiva que envolve a reciclagem, mostrando que o que é reciclado é bonito e sensibilizando as pessoas para contribuir nessa cadeia", diz a consultora sócio-ambiental Pólita Gonçalves, que há dez anos ajuda a organizar o trabalho de catadores e desenvolver mercados para seus produtos no Rio de Janeiro.

De acordo com Pólita, o principal vilão do mercado do reaproveitamento são os impostos. "O que acontece hoje é uma bitributação. Quando você compra uma latinha de refrigerante paga um valor referente à embalagem. Quando essa latinha é vendida novamente como insumo para a reciclagem é pago novamente um imposto. Somado à isso, há a carga tributária que também dificulta a organização dos catadores como cooperativas", afirma Pólita.

Serviço: a Reciclasa está aberta até 12 de agosto de 2007. Horários: terça-feira a domingo, das 9 às 12 horas e das 13 às 18 horas. Ingressos: R$ 3 e R$ 1,50 (estudantes). Às quartas-feiras, a entrada é gratuita, e aos domingos custa R$ 1.

Tanto no local da exposição quanto no site www.reciclasa.com é possível encontrar onde comprar cada objeto utilizado para montar os ambientes.

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