
Entre as mais de duas mil invenções de Thomas Edison estava o mágico dispositivo que transforma a energia elétrica em energia luminosa e térmica. As lâmpadas incandescentes já iluminam ruas e casas mundo afora há mais de 130 anos, mas sua hegemonia está com os dias contados: até 2016, esse tipo de lâmpada deve sair do mercado, porque já possui substituto mais duradouro e econômico. E as novas opções de lâmpadas também são mais adequadas para os diversos tipos de finalidade do espaço que será ocupado.
Quem explica isso é a lighting designer profissional que elabora projetos de iluminação Patrícia Passos. As lâmpadas ainda são consumidas porque há baixo custo para a produção. "A substituição desses produtos é fácil e o preço é menor. Mas foram as primeiras lâmpadas criadas, há espaço para ampliar a tecnologia nesses produtos", comenta.
Os novos tipos de lâmpadas, mais sofisticadas, estão preparadas para atender diversos tipos de ambientes e usos que serão feitos. Isso porque a temperatura de cor e a intensidade da luz, nas novas lâmpadas, são variados.
Para pensar um projeto de iluminação, é preciso observar, em primeiro lugar, se a luz será incômoda ou não. "Uma luminosidade inadequada, muito forte ou muito fraca para a finalidade do ambiente, vai torná-lo desagradável e pode até se transformar em um problema de saúde, por causa do esforço com os olhos", comenta Everton Luis Fiuka, lighting designer da Empalux.
De acordo com a lighting designer, a definição sobre a luz de cada ambiente deve estar de acordo com a ação que majoritariamente será exercida naquele cômodo. "A iluminação precisa gerar conforto visual e não ser desagradável: muito ou pouco intensa, que exija muito da visão", explica.
Patrícia conta que, ao escolher o tipo e posicionamento da lâmpada ou do conjunto de luzes, é preciso ter em mente o que será feito naquele ambiente e a luz necessária para isso. "Numa sala onde ficará a televisão ou será feito uso do computador, o ponto de luz tem de estar posicionado de uma forma que não gere ofuscamento ou reflexo para quem estará fazendo sua atividade", comenta a lighting designer.
Por isso, a regra para escolher as lâmpadas é o máximo conforto visual possível e não é preciso usar sempre o mesmo tipo de lâmpada para todos os ambientes. "A luz que ilumina o quarto ou a sala de televisão não será a mesma para iluminar a cozinha ou escritório", pontua. Existem muitos tipos de lâmpadas e cada família do produto tem características específicas: decorativas ou funcionais, a dica é conhecer o produto e adapta-lo àquilo que é necessário.
De acordo com a profissional, há tipos de lâmpadas mais comuns. As incandescentes, enquanto estiverem sendo vendidas, podem servir para iluminar locais menores, porque o alcance dos feixes de luz é menos específico. As lâmpadas esquentam mais que outras e fornecem uma luz amarelada. As lâmpadas fluorescentes ou de luz fria, jogam a luz para todos os lados, sendo capaz de iluminar mais o ambiente, mas com reprodução de cor mediana.
As lâmpadas de led, mais recentes no mercado, que prometem ser mais duráveis e baratas. "A tecnologia led que está disponível aqui no Brasil ainda é de pouca qualidade: iluminam, no máximo, de 30 a 40 centímetros e tem pouca resolução de cor", comenta Patrícia.
Como optar pelos diferentes tipos de lâmpadas?
A cor e temperatura das lâmpadas dependem da quantidade de kelvins que a luminosidade oferece. Entre 2700 a 4000 K, as lâmpadas são consideradas de luz morna, que é o tipo de luz que deixa as pessoas ativas e espertas, de acordo com o lighting designer Everton Luis Fiuka. "A luz morna é indicada para ambientes onde é preciso ter reação rápida, como cozinhas e banheiros", diz.
Dos 4000 aos 5500 K, a luz é considerada neutra e as lâmpadas dessa família são indicadas para lugares de leitura ou ambientes de estudo. Entre 5500 até 6500 K, as lâmpadas são consideradas mais potentes, dando falsa sensação de iluminar mais. Esses produtos são mais indicados para escritórios, lojas e departamentos comerciais.
As luzes mais amareladas são indicadas para ambientes mais relaxantes, como a sala de estar, quartos e sala de televisão. De acordo com o lighting designer, o interessante é não misturar cores diferentes de luz. "Isso fica cansativo e desagradável, não valoriza o ambiente", diz.
Fiuka indica que é interessante projetar, para o mesmo ambiente, a iluminação funcional e decorativa. "Você nem sempre vai precisar de todo o conjunto, mas tem a possibilidade de mesclar o uso dos dois sistemas, dependendo do uso. Em uma sala, para receber amigos ou ver um filme, é possível usar a iluminação decorativa. Quando as crianças estiverem brincando ali, é possível usar a funcional", diz. O investimento é mais alto, mas compensa pela variedade dos usos.




