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Um funcionário da companhia aérea Latam foi demitido após ser identificado em um vídeo de brasileiros constrangendo mulheres na Rússia, onde acontece a Copa do Mundo 2018. O caso vem na esteira de uma série de gravações ofensivas a mulheres russas feitas por torcedores do Brasil que acompanham o campeonato mundial.

Felipe Wilson é um dos dois turistas que, nas imagens, pedem para três russas repetirem uma frase de baixo calão em português (“eu quero dar a b... para vocês”), sem que elas saibam o significado do que estão dizendo.

Procurada pelo InfoMoney, a Latam enviou o seguinte comunicado sobre a demissão de Wilson:

A Latam Airlines Brasil repudia veementemente qualquer tipo de ofensa ou prática discriminatória e reforça que qualquer opinião que contrarie o respeito não reflete os valores e os princípios da empresa. A partir deste pressuposto, a companhia informa que tomou as medidas cabíveis, conforme seu código de ética e conduta.

Ao menos três vídeos de brasileiros constrangendo russas e outras estrangeiras já circulam na internet. A Ordem dos Advogados do Brasil também manifestou-se sobre um desses vídeos, que teve participação de um advogado de Pernambuco – Diego Valença Jatobá, que já foi secretário de turismo da cidade de Ipojuca.  

A ativista russa Alena Popova chegou a criar, nesta quarta-feira (20), um abaixo-assinado para que os brasileiros que aparecem no vídeo sejam responsabilizados. "Acreditamos que os cidadãos estrangeiros presentes no vídeo devem se desculpar publicamente tanto para a mulher quanto a todos os cidadãos russos por machismo, desrespeito às leis da Federação Russa, desrespeito aos cidadãos russos, insultos e humilhação da honra e dignidade de um grupo", escreveu na petição.

Código de conduta?

O especialista em compliance Wagner Giovanini, da Compliance Total, explica que este caso é semelhante ao da Salesforce, empresa americana de software, que demitiu seu CEO após um caso de má conduta na festa de encerramento de 2017 da companhia.

“Quando a empresa cria um código de conduta e um programa de compliance, ela impõe pros seus funcionários que existe uma ética a ser seguida no dia a dia da empresa para mostrar que existe alinhamento dos princípios do funcionário com os da empresa. Falando de forma mais simples, ela quer dizer que é uma empresa íntegra e que deseja que os funcionários também o sejam”, explicou Wagner.

Neste sentido, qualquer ato que o funcionário cometa, mesmo em suas férias ou fora da empresa, que demonstre para a empresa princípios com os quais ela não concorda, que ela não deseja de um funcionário, ela pode desligá-lo. No geral, o entendimento da empresa é de que “se ele faz isso fora do trabalho, acabará fazendo o mesmo na empresa”.

Do ponto de vista do funcionário, Wagner explica que ele até pode acionar a Justiça caso acredite que foi injustiçado na demissão, mas dificilmente sairá vitorioso.

Leia: Atos obscenos na vida privada podem resultar em demissão por justa causa?

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