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- A extinção dos tigres-dente-de-sabre, felinos com caninos longos especializados em caçar grandes animais, foi causada principalmente pela redução na disponibilidade de suas presas. Embora se pensasse que estivesse ligada à extinção da megafauna (grandes animais) no fim da Era do Gelo (período Pleistoceno, entre 50.000 e 11.000 anos atrás), a pesquisa revela que esse processo começou milhões de anos antes.
- Os tigres-dentes-de-sabre surgiram há 12 milhões de anos na América do Norte e há 14 milhões de anos na Eurásia. Em seu auge oito espécies coexistiram. Sua diversidade permaneceu estável até seis milhões de anos atrás, quando começou a declinar, eventualmente se estabilizando em cinco espécies. Eles foram extintos no Holoceno, o período atual, que começou há 11.700 anos.
- Mudanças climáticas, como a seca (aridificação), afetaram indiretamente os tigres-dente-de-sabre ao diminuir a variedade de presas. A queda na quantidade de espécies de cavalos (Equidae) na América do Norte, por exemplo, elevou o risco de extinção desses felinos. Este trabalho, liderado por João Nascimento e Mathias Pires, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), foi publicado no Journal of Evolutionary Biology.
- Esses eram cavalos que pertenciam à família Equidae – a mesma dos cavalos, zebras e asnos atuais –, mas representavam uma diversidade de espécies que foram extintas ao longo de milhões de anos na América do Norte, não sendo os cavalos que conhecemos hoje.
- A evolução dos antilocaprídeos, mamíferos dos quais hoje só resta o antílope americano (Antilocapra americana), foi moldada por fatores ambientais e por interações com outros animais. A expansão de pastagens C4 (terrenos abertos com gramíneas) beneficiou a subfamília Antilocaprinae, aumentando a formação de novas espécies. Contudo, prejudicou os Merycodontinae, que dependiam de florestas, levando à sua extinção.
- A subfamília Merycodontinae era um grupo de antilocaprídeos mais antigos, parentes distantes do atual antílope americano, que se alimentava de folhas e vivia em florestas, mas foi extinta há cerca de seis milhões de anos devido à perda de seu habitat e à competição com grandes herbívoros, como os proboscídeos.
- Os proboscídeos (grupo que inclui os elefantes modernos) também contribuíram para o declínio dos Merycodontinae, competindo por recursos florestais e freando a geração de novas espécies há cerca de seis milhões de anos. Já o aumento da diversidade de felinos predadores, como o guepardo-americano (Miracinonyx), está ligado ao declínio recente dos antilocaprídeos, o que pode explicar a velocidade excepcional do antílope americano moderno.
- Os estudos, incluindo um sobre antilocaprídeos publicado na revista Evolution, revelam que a interação entre predadores e presas tem uma influência complexa e bidirecional nos grandes padrões evolutivos (macroevolução). Isso afeta a formação e extinção de espécies ao longo do tempo geológico, destacando a importância das relações ecológicas.
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Este texto compilou dados utilizando a ferramenta Google NotebookLM.
Conteúdo editado por: Jones Rossi






