Longevidade

Norton Mello e Raphael Henrique Castanho

A missão intergeracional e contra o idadismo

Norton Mello e Raphael Henrique Castanho
22/12/2023 13:53
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A inversão da pirâmide etária terá efeitos significativos a partir de 2030 com aumento do público 60+ | Bigstock

Pensamos como empreendedores da Longevidade sobre formas de levar informações aos jovens e ajudá-los à reflexão sobre o crescimento da expectativa de vida no Brasil e no Mundo. A inversão da pirâmide etária terá efeitos significativos a partir de 2030 com aumento do público 60+ e redução de jovens e crianças, como reflexo de baixa natalidade hoje existente e esse aumento da expectativa de vida que atualmente apresenta média de 77 anos, segundo dados do IBGE (e crescendo).
Quando tivemos a ideia de criarmos um Circuito Acadêmico da Longevidade e levar ao maior número de alunos de graduação de vários cursos, nós, os quatro membros do Aging 2.0 e Sumaúma HUB (laboratório de estudos sobre longevidade), criamos palestras conjuntas informativas sobre a preocupação com a Saúde Mental na longevidade, os cuidados necessários para qualidade de vida para o Idoso, as Startups focadas na longevidade e os modelos de habitação para pessoas idosas pensando em maior autonomia, qualidade de vida e bem-estar.
Visitamos e palestramos em sete instituições de ensino superior em Curitiba, onde tivemos alegrias e frustrações. Alegrias ao vermos estudantes interessados no tema com olhares curiosos e foco nas dicas e informações em cada área. Frustrações por alguns alunos (e coordenadores) não demonstrarem interesse no que estávamos levando e oferecendo gratuitamente, incluindo até dicas para empregabilidade, pois é futuro, não tão distante, o que trouxemos em reflexões.
Frustrações também ao nos depararmos com algumas estruturas de auditórios em péssimas condições para congregar acadêmicos de forma minimamente digna, com acústica sofrível, infelizmente. A sensibilização de cursos que impactam diretamente na longevidade das pessoas fora absolutamente desprezível, em um contexto onde o universo da longevidade é orbitado por todas as dimensões do conhecimento humano. Justamente as faculdades e universidades que deveriam fomentar iniciativas para o desenvolvimento de ações que potencializem a longevidade ativa, independente e digna.
Para 2030 faltam apenas sete anos, espaço de tempo que não muito grande, além de não ser estático, uma vez que a cada ano que passa o número de pessoas idosas aumenta até chegar no pico de previsão do IBGE conforme citado anteriormente.
Sabedores que estamos fazendo nossa parte, educar e conscientizar pessoas sobre os diferentes aspectos da longevidade e, principalmente no lado intergeracional, combater o idadismo, preconceito que não caberá mais nesse contexto a que nos referimos, também a pessoa idosa de hoje é diferente do passado e será cada vez mais diferente, necessária e útil para a sociedade. Dessa forma, o jovem de hoje precisa pensar em como se planejar para usufruir e viver com essa realidade permeável de gerações, pois será ele próprio a manejar a sua longevidade e da sociedade do amanhã.