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Chineses tiram fotos em frente ao mascote dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim
Chineses tiram fotos em frente ao mascote dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim| Foto: EFE

Quando os times de futebol americano da Ohio State e de Utah jogaram no estádio Rose Bowl, na Califórnia, no dia de Ano Novo, 87.842 pessoas lotaram o estádio para assistir ao jogo.

Na véspera de Ano Novo, 66.839 compareceram ao Orange Bowl para ver a Geórgia enfrentar o Michigan, e 76.313 compareceram ao Cotton Bowl para ver o Alabama enfrentar Cincinnati.

A Covid-19 não os deteve.

Quando os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 começarem em Pequim em cerca de duas semanas, os vários locais que sediarão esse evento receberão apenas aqueles que o governo comunista da República Popular da China permitir que estejam lá.

Ninguém poderá comprar ingressos para qualquer competição nos Jogos Olímpicos de Pequim.

No mês passado, a China intensificou repetidamente as restrições que imporá sobre aqueles que podem participar dos Jogos Olímpicos e o que eles poderão fazer lá.

Em 29 de setembro, o Comitê Olímpico Internacional anunciou que pessoas de fora da China continental não seriam admitidas como espectadores dos Jogos de 2022.

"Os ingressos serão vendidos exclusivamente para espectadores residentes na China continental, que atendam aos requisitos das medidas de combate à Covid-19", anunciou o comitê.

Dois dias antes do Natal, a China anunciou que os moradores que teriam permissão para participar das Olimpíadas não estariam autorizados a falar muito alto durante os eventos.

"Na quinta-feira, enquanto atletas de todo o mundo planejavam as rotas pessoais mais seguras para chegar aos Jogos", relatou o New York Times, "a China detalhou algumas das regras mais rígidas impostas até agora a seus próprios cidadãos. Os espectadores dos Jogos Olímpicos de Inverno – que já eram limitados aos residentes da China – poderão aplaudir, mas não gritar, em apoio aos atletas."

Na semana passada, a China anunciou que não serão vendidos ingressos para as Olimpíadas e que, em vez disso, "convidará grupos de espectadores" para participar dos eventos.

Uma declaração emitida pelo Comitê Olímpico Internacional diz:

Dada a situação atual da pandemia de Covid-19, de forma a garantir a segurança de todos os participantes e espectadores, foi decidido que os ingressos não deverão mais ser vendidos, mas sim fazer parte de um programa adaptado que convidará grupos de espectadores a estar presentes no local durante os jogos. Os organizadores esperam que esses espectadores cumpram rigorosamente as medidas contra Covid-19 antes, durante e após cada evento, de modo a ajudar a criar um ambiente absolutamente seguro para os atletas.

Restringir os locais para onde as pessoas podem ir e o que elas podem fazer não é novidade na China. É procedimento padrão.

O Departamento de Estado dos EUA divulgou seu mais recente relatório sobre direitos humanos na China em março passado. O documento de 88 páginas narrava o ataque sistemático do regime chinês aos direitos do povo chinês. Um outro relatório do Departamento de Estado concentrou-se especificamente nos ataques da China à liberdade religiosa. Tinha 136 páginas.

O resumo de abertura do relatório de direitos humanos diz:

Questões significativas de direitos humanos incluem: assassinatos arbitrários ou ilegais por parte do governo; desaparecimento forçado pelo governo; tortura pelo governo; condições de prisão e detenção severas e com risco de vida; [e] detenção arbitrária pelo governo, incluindo a detenção em massa de mais de 1 milhão de uigures e outros membros de grupos minoritários predominantemente muçulmanos em campos de internação extrajudiciais.

Listados como outros ataques do regime chinês aos direitos humanos estão:

Controle do Partido Comunista sobre o sistema judicial e legal; interferência arbitrária na privacidade; vigilância e monitoramento técnico generalizado e intrusivo; sérias restrições à liberdade de expressão, à imprensa e à internet, incluindo ataques físicos e processos criminais de jornalistas, advogados, escritores, blogueiros, dissidentes, peticionários e outros, bem como seus familiares, e censura e bloqueio de sites.

"Sob a política de dois filhos", observa o relatório, "o governo [chinês] impõe restrições ao parto e muitas vezes coage mulheres e meninas a realizar abortos e se submeter a esterilizações por exceder as cotas de nascimento."

"Membros do Partido Comunista", explica o Departamento de Estado, "detêm quase todos os principais cargos do governo e do aparato de segurança'."

Isso significa que a China é comandada por ateus.

"Os membros do PCCh e membros das forças armadas são obrigados a ser ateus e proibidos de se envolver em práticas religiosas", diz o relatório do departamento sobre liberdade religiosa.

Os líderes da China gostariam de tornar todos na China ateus – ou, caso isso não seja possível, dificultar que as pessoas pratiquem a fé que adotarem.

"A lei exige o ensino do ateísmo nas escolas", diz o relatório sobre a liberdade religiosa.

"As crianças menores de 18 anos são proibidas de participar de atividades religiosas e receber educação religiosa, mesmo em escolas administradas por organizações religiosas", diz.

"Uma fonte católica no nordeste do país disse ao AsiaNews em julho que funcionários do governo participavam dos cultos de domingo para monitorar as atividades e assegurar que crianças de 18 anos ou menos não estivessem participando."

"Autoridades", diz o relatório, "também instalaram câmeras de vigilância em todos as igrejas protestantes e católicas no condado de Jinxiang, cidade de Jinin, na província de Shandong."

Atletas que treinaram a maior parte de suas vidas para ganhar a chance de competir nas Olimpíadas nunca deveriam ser impedidos de participar dos Jogos – mesmo em Pequim. Teria sido errado abortar seus sonhos fazendo-os boicotar esses jogos para protestar contra os males cometidos pelo regime que sediará o evento.

Mas quando milhões de pessoas ao redor do mundo voltam seus olhos para Pequim para ver esses grandes atletas competirem, elas não devem esquecer desses males.

E enquanto a China for governada por esse regime, nunca deveria ser autorizada a sediar outro evento internacional.

©2022 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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