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Entrevista

A favor

Nildo Ouriques, economista e presidente do Instituto de Estudos Latino-americanos da UFSC

Chávez perdeu esse mesmo referendo em 2007. O que explica a atual vitória?

O referendo de 2007 estava acoplado a 56 propostas de emendas constitucionais, que iam desde declarar o caráter socialista da economia até eleições diretas para universidades. Era uma mudança muito radical, e mesmo assim ele quase venceu. Agora a votação foi exclusivamente para o tema da reeleição. Na verdade, toda essa polêmica sobre o assunto tem a ver com uma campanha que existe, na imprensa brasileira, organizada desde Washington, para dizer que Chávez é um ditador. Ainda que tudo o que ele faça seja pelo voto.

Mas só o voto justifica uma democracia, não é preciso um balanço de poderes?

Lá tem tudo isso. Tem balanço de poderes, tem imprensa aberta, tem sindicatos independentes, tem jornais que fazem campanha o dia inteiro contra ele (Chávez).

E todas as decisões importantes são feitas através do voto, que ademais é livre. A Venezuela tem uma democracia participativa.

Mas e a alternância de poder, não é fundamental?

Sim, é fundamental.

Mas o que é a alternância de poder, se não a possibilidade que o povo tem de trocar o presidente quando bem entender? Isso está garantido na Venezuela.

Mesmo que seja o mesmo sempre?

O povo é que tem que escolher. Nós, no meio da ditadura militar, trocávamos de presidente. Havia alternância de pessoa, mas não havia alternância de poder.

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