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O então presidente eleito dos EUA, Joe Biden, discursa em Wilmington, Delaware, 14 de janeiro
O então presidente eleito dos EUA, Joe Biden, discursa em Wilmington, Delaware, 14 de janeiro| Foto: JIM WATSON / AFP

Há uma percepção, corroborada por muitas pesquisas, de que o que se passa por jornalismo contemporâneo é mais tendencioso, até propagandístico, do que em tempos anteriores. Uma das definições de “jornalismo” no Dictionary.com confirma essa postura para muitos: “modo de escrever que reflita pensamento e pesquisas superficiais, uma inclinação popular e uma composição apressada...”

Na verdade, o jornalismo foi infectado por preconcepções e sensacionalismo desde o início. No seu livro “Infamous Scribblers” [Panfleteiros infames], Eric Burns sugere que o jornalismo do período colonial costumava fazer os tabloides de hoje parecerem notícias de verdade. Seu slogan poderia ser: “Publicamos notícias impróprias, todas”.

Os jornais daquela época publicavam escândalos não verificados e declarações de políticos rivais que hoje seriam consideradas calúnias, ou até injúrias.

George Washington cunhou a frase que Burns usou para o título de seu livro, cujo resumo na Amazon.com diz:

O jornalismo da época era frequentemente partidário, fabricado, acalorado, escandaloso, sensacionalista e, às vezes, comovente, brilhante e indispensável.

Apesar de suas falhas – e até por causa de algumas delas – os participantes discutiram publicamente as questões que levariam os Estados Unidos a declarar sua independência e, depois da guerra, a determinar que tipo de nação seria.

Avance para 1920. Warren Harding é eleito presidente. Inicialmente, as notícias que saem sobre Harding podem ser comparadas ao que a mídia de hoje está dizendo sobre o presidente Joe Biden.

Como Leesa Donner lembra em LibertyNation.com:

O livro fascinante do historiador David Pietrusza "1920: The Year of the Six Presidents" apresenta um "panorama deslumbrante de personalidades presidenciais, ambições, tramas e contra-tramas" mas, no final, foi o homem menos agressivo que venceu. Dizer que a mídia estava apaixonada por Warren Harding é pouco...

Pietrusza cita o jornalista de Washington Edward G. Lowry, que ele rotulou como "frequentemente ácido" retratando Harding assim: "Bondade e gentileza... irradiam dele. Ele positivamente transmite, mesmo aos menos sensíveis, um senso de fraternidade e boa vontade inata para com seus semelhantes.”

O autor americano Irvin S. Cobb disse: "Acho que nunca conheci um homem mais gentil ou com melhores impulsos ou que tivesse opiniões mais generosas e graciosas sobre seus semelhantes."

Após sua morte em 1923, o escândalo de Teapot Dome e um caso extraconjugal vieram à tona, apagando a imagem política pura de Harding criada pela imprensa.

Isso me leva às “reportagens” da mídia sobre a posse de Biden.

O site conservador News Busters compilou alguns exemplos que fazem com que o entusiasmo sobre Harding e outros políticos (como JFK e Barack Obama) pareçam moderados.

Em 20 de janeiro, a editora do New York Times Lauren Wolfe tuitou: “Biden pousando na Base Conjunta Andrews agora. Estou com calafrios.” Isso lembra o ex-apresentador da MSNBC Chris Matthews, que disse que “sentiu um arrepio subindo pela minha perna” após um discurso de Obama.

O diretor político da CNN, David Chalian, disse: “Aquelas luzes que estão saindo do Lincoln Memorial ao longo do espelho d'água são quase extensões dos braços de Joe Biden abraçando a América. Foi um momento em que o novo presidente veio à cidade e meio que convocou o país neste momento memorável, estendendo os braços”.

Major Garrett, da CBS News, comparou o discurso de posse de Biden ao de um padre: “O início teve uma retórica crescente. Um pouquinho no final. No meio parecia uma homilia... Mas como um padre explicando algo da Bíblia ou algo assim: ‘Estou dividindo para você, para que todos possamos ter uma linguagem e um entendimento em comum’.”

Por favor, passe a hóstia da Comunhão.

O ex-conselheiro de Clinton e co-âncora da ABC News George Stephanopoulos disse que o discurso de Biden teve “ecos de Abraham Lincoln”. Sério?

Há muito mais disso e haverá mais. Algumas dessas pessoas deveriam receber prêmios da Sociedade Protetora dos Animais por causa de seu papel como cachorrinhos de estimação de Biden.

Cal Thomas é colunista em vários jornais e autor do livro "America's Expiration Date: The Fall of Empires and Superpowers and the Future of the United States."

© 2021 Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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