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Lojas na “estrada do gongo” na Tailândia vendem peças pequenas como souvenir por cerca de US$25. Um monge budista em Ubon Ratchathani | Adam Ferguson para The New York Times
Lojas na “estrada do gongo” na Tailândia vendem peças pequenas como souvenir por cerca de US$25. Um monge budista em Ubon Ratchathani| Foto: Adam Ferguson para The New York Times

Entre batidas e toques, lixadas e polimentos, não há muito silêncio quando um afinador de gongo busca o tom certo.

De frente para um gongo quase terminado, pendurado em um galho de árvore, o afinador bate no centro morto com uma pequena marreta e escuta. Em seguida, pega um martelinho arredondado e bate no canto superior direito duas vezes. Volta então para a pequena marreta. Não satisfeito, repete o processo.

"Ele está acabando com a dissonância, está tentando projetar o som", explicou Warong Boonaree.

Essa é a trilha sonora da "estrada do gongo" na Tailândia, um trecho de 30 e poucos quilômetros de rodovia no extremo leste do país. Ela começa a 50 quilômetros da maior cidade da região, Ubon Ratchathani (chamada localmente de Ubon), e termina em Khong Chiam, uma aldeia de pescadores à beira do rio Mekong. Boonaree, dono de uma loja de óculos por profissão e músico por paixão, é o nosso guia e tradutor.

"Normalmente os turistas vêm para Ubon e seguem direto para o Laos. Basta ir para a fronteira de Laos para encontrar estrangeiros. Mas não aqui", disse Boonaree, de 33 anos.

Nossa jornada continuou através da cidade de Phibun Mangsahan e, em seguida, atravessou o rio Mun e entrou pela rota 2222, uma estrada reta de duas faixas ladeada por arrozais retangulares, trechos de jovens seringueiras, algumas casas modestas e, de acordo com contagem não oficial, 18 lojas de gongos.

Muitas famílias fazem gongos há várias gerações e, de acordo com a autoridade do Turismo da Tailândia, a área fornece gongos para a maioria dos 30 mil templos budistas no país.

"Os gongos são os despertadores diários dos monges. Eles levantam às quatro e meia da manhã", contou Boonaree.

A indústria se concentra na vila de Sai Mun. Cerca de 50 empresas familiares fazem gongos — em torno de 7 mil por ano —, além de sinos e tambores. Boonaree programou um passeio por uma fábrica de gongos e sinos dirigida por uma mulher chamada Pranatda Rungruang.

A operação fica a cerca de três quilômetros da casa da família. "Não os fazemos lá. É muito barulhento", disse Pranatda, de 39 anos.

Sua família faz gongos e sinos há 100 anos. Eles empregam 20 pessoas e fazem cerca de cinco gongos por dia. Vendem a produção para lojas na estrada do gongo e na Thailand Made, a loja de Pranatda em Hong Kong.

A fábrica de gongos da família consiste em três instalações ao ar livre, com chão de terra batida. Na instalação maior, os sinos são moldados e os gongos, cortados.

Em outra, um homem descalço colocava um gongo no solo arenoso e martelava os cantos e o centro abaulado.

Uma vez que o gongo é moldado, será levado para a oficina de pintura, onde vai receber uma camada brilhante de esmalte negro.

Os preços variam de 800 baht, cerca de US$25 com o dólar a 32 baht, por um pequeno gongo de souvenir, até os gongos para templos com suporte de jacarandá ornamentado por 55 mil baht.

Na loja onde trabalhava o afinador de gongos, tudo tinha as tradicionais cores preto e bronze, com exceção de uma fila de sinos amarelos com borda vermelha. "Um presente do seu país e de alguns outros", disse Boonaree. Eles são feitos do metal reciclado de projéteis militares.

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