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Oriente Médio

Abbas acusa Israel de fazer “guerra religiosa” e critica ação do Hamas

Líder palestino discursa no dia que marca os dez anos da morte de seu antecessor, Yasser Arafat, e promete pedir ajuda para a Organização das Nações Unidas

Sangue de um soldado israelense ferido num ataque com faca em uma estação de trem de Tel Aviv — mais tarde a polícia prendeu o suspeito do crime, o palestino Nour Ab Hashye | Oliver Weiken/Efe
Sangue de um soldado israelense ferido num ataque com faca em uma estação de trem de Tel Aviv — mais tarde a polícia prendeu o suspeito do crime, o palestino Nour Ab Hashye (Foto: Oliver Weiken/Efe)

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, acusou ontem Israel de levar a região a uma "guerra religiosa" e criticou o movimento islamita Hamas pelos ataques da semana passada em Gaza contra uma dirigentes do Fatah. Em discurso público em função do décimo aniversário da morte do histórico líder palestino Yasser Arafat (1929—2004), seu sucessor pediu a Israel para acabar com qualquer comportamento provocador.

Lembrando os últimos confrontos em Jerusalém Oriental e na Esplanada das Mesquitas — para os judeus, o Monte do Templo —, Abbas declarou que os palestinos "defenderão Al-Aqsa e as igrejas dos colonos e o extremismo".

No entender do líder palestino, a violência dos últimos meses se deve às exigências de ultranacionalistas judeus de rezar na esplanada, onde fica o terceiro lugar mais sagrado para o islã. Ele também afirmou que os palestinos pedirão em breve ao Conselho de Segurança da ONU para pôr fim à ocupação no prazo de três anos.

Caso o pedido não seja aprovado, palestinos pedirão a integração em tratados e organizações internacionais, começando pelo "Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional".

Em um plano mais interno, o dirigente palestino criticou o movimento Hamas e o acusou da série de explosões junto a carros e residências de dirigentes do partido, o Fatah, em Gaza. "Os líderes do Hamas são responsáveis por essas explosões criminosas (...). Os comentários do Hamas contra nós são similares aos da ocupação [Israel]", disse Abbas em um ato do qual participaram milhares de palestinos.

A cerimônia foi realizada na Muqata, junto ao mausoléu que abriga os restos mortais de Arafat, que morreu em 2004 em um hospital de Paris, em circunstâncias controversas.

Governo israelense reforça segurança após ataques terroristas

Agência O Globo

As autoridades israelenses ordenaram o reforço da segurança nas principais cidades do país e na Cisjordânia, depois que outros dois ataques palestinos com vítimas elevaram as tensões na região. De acordo com o site Ynetnews, mais israelenses foram mortos em ataques terroristas em um mês do que em dois anos.

O porta-voz da polícia Micky Rosenfeld anunciou ontem o deslocamento de unidades para as principais cidades, incluindo Tel Aviv e Jerusalém, em resposta às agressões. O Exército, por sua vez, está deslocando centenas de soldados da Brigada Golani que estavam treinando nas Colinas de Golã para a Cisjordânia, devido à deterioração da situação de segurança no local.

Na segunda-feira, um palestino da cidade de Nablus, na Cisjordânia, apunhalou um soldado israelense de 20 anos em Tel Aviv, que acabou morrendo em consequência dos ferimentos. Mais tarde, um agressor palestino esfaqueou três pessoas perto de um assentamento israelense na Cisjordânia, matando uma mulher de 25 anos.

Após os ataques, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião de segurança em seu gabinete na segunda-feira à noite, em Jerusalém, e ordenou uma série de medidas contra o terrorismo, incluindo o reforço das forças de segurança na Cisjordânia e a demolição de casas de terroristas.

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