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O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, aceitou na quarta-feira tirar uma milícia do Hamas das ruas e começar a integrá-la à polícia.

A manobra é parte dos esforços para aliviar as tensões que ameaçam lançar os territórios palestinos em uma guerra civil.

Mas Haniyeh e o Mohammad Dahlan, que anunciaram o acordo, não ofereceram um cronograma para a implantação dele. Dahlan é aliado do presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Confrontos entre a facção Fatah, ligada a Abbas, e o Hamas mataram cerca de 20 pessoas no mês passado.

- Não permitiremos que diferenças políticas transformem-se em conflitos armados nas ruas - afirmou o premier a repórteres depois de se reunir por mais de duas horas com Abbas, em Gaza.

Mas o nível de tensão continua alto. Vários manifestantes invadiram o prédio do Parlamento palestino em Ramallah, na Cisjordânia.

Em Gaza, um integrante do Hamas foi morto e um chefe de serviços de segurança leais a Abbas ficou ferido. Os episódios apontam para a persistente disputa de poder entre os dois grupos rivais.

Segundo Haniyeh, o acordo estipula que os membros da força do Hamas "vão começar a se integrar à polícia a fim de que possam ser parte da estrutura de segurança".

Um dia depois de afirmar que a Faixa de Gaza aproximava-se de uma guerra civil, Dahlan disse a repórteres:

- Chegamos a um acordo sobre retirar as forças das ruas. Apenas as forças de segurança vão continuar nas ruas.

Os dois lados afirmaram que o acordo visa a diminuir as tensões.

A força do Hamas, que conta com três mil integrantes, já se retirou das ruas outras vezes, mas regressou pouco depois.

Plebiscito

O nervosismo nos territórios palestinos aumentou depois de Abbas ter convocado a realização de um plebiscito a fim de decidir sobre uma proposta que prevê a criação de um Estado palestino ao lado do Estado israelense. O Hamas não reconhece Israel e classificou a votação, marcada para 27 de julho, como uma tentativa de golpe.

No protesto ocorrido em Ramallah, palestinos conseguiram invadir o plenário do Parlamento para exigir salários atrasados. O governo liderado pelo Hamas não tem conseguido realizar esses pagamentos.

Interrompendo a sessão parlamentar, alguns manifestantes subiram na mesa dos deputados e atiraram papéis e garrafas de água para o alto. Vários legisladores do Hamas deixaram o local.

- É verdade: os funcionários (do governo) estão passando fome. Eles estão há cem dias sem receber salários. Mas isso é o caos total. Não podemos ver as pessoas invadindo uma sessão do Parlamento - afirmou Jamal Abul Rub, um legislador da Fatah.

Doadores do Ocidente cortaram o envio de ajuda aos palestinos depois de o Hamas ter tomado posse, impedindo o novo governo de pagar os salários de cerca de 165 mil funcionários e de fornecer serviços básicos para a população.

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